sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Fenômenos do clima

Ciência


Ciclones, furacões, tornados...
Por: Juliana Rocha


Você sabe o que são ciclones, furacões, tufões? Sabe o que são tornados, tempestades tropicais, depressões tropicais? Sabe quais as diferenças entre um furacão e um tornado? E entre uma tempestade tropical e uma depressão tropical?

Pois todos estes nomes se referem a fenômenos do clima. Espere aí, você sabe o que é clima? Clima e tempo são ideias usadas em meteorologia, que é a ciência que estuda as mudanças na atmosfera e interpreta os dados relativos às chuvas, ventos, temperatura e umidade de ar.
Quando os meteorologistas falam em tempo, estão considerando as mudanças que acontecem num período curto, como um dia ou uma semana. Já quando falam de clima, estão se referindo à média das mudanças num período longo, como meses ou anos.

A presença do clima em nossas vidas pode ser facilmente percebida pelo ciclo das estações. É a posição da Terra no sistema solar que determina se é verão, primavera, outono ou inverno. Mas ainda que seja verão no Brasil, por exemplo, nem todas as cidades do país experimentarão as mesmas temperaturas: as condições locais, como a presença de lagos, rios, mares, montanhas e o tipo de vegetação, também influenciam no comportamento médio da atmosfera.

Embora o clima tenha sempre variado de modo natural, as mudanças registradas nos últimos 150 anos têm preocupado cientistas. O aumento das emissões de gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) na atmosfera dificultam o processo de resfriamento do planeta Terra, gerando o chamado efeito estufa e criando novos padrões de vento, temperatura, chuva e circulação dos oceanos.
Algumas das consequências previstas do aquecimento global são o aumento do nível do mar, chuvas mais fortes e frequentes, erosão do solo e extinção de espécies animais e vegetais.

Mas isto já é outro papo, não é?! Voltemos aos fenômenos do clima. Cada um dos fenômenos mencionados lá no começo do texto tem características próprias e acontece mais facilmente em diferentes lugares do planeta. Os tornados, por exemplo, são comuns nas Montanhas Rochosas, nos Estados Unidos. Já os furacões acontecem em todo o Oceano Atlântico e no leste e no centro do Oceano Pacífico.


Tornado Oklahoma 22 MAIO 1981. NOAA Photo Library.

O que são tornados?

Por: Juliana Rocha

Os tornados são o pior tipo de tempestade conhecido pelo homem. Eles acontecem quando uma coluna de ar que gira muito rápido se liga, ao mesmo tempo, a uma nuvem de chuva e ao solo. Os ventos que formam esta coluna podem soprar a mais de 500 km/h! Com ventos tão fortes assim, você já deve ter percebido que não é uma boa ideia ficar na rota de um tornado!

Os meteorologistas dizem que tanto os tornados como os furacões são vórtices atmosféricos. Nome estranho, não é? Só que um vórtice atmosférico não é nada mais que um forte redemoinho de ar! Mas mesmo que estes dois fenômenos do clima sejam fortes redemoinhos de ar, tornados e furacões têm pouca coisa em comum.

O tamanho de um tornado fica em torno dos cem metros. Já um furacão pode medir mais de cem quilômetros. Enquanto os tornados se formam a partir de uma única nuvem de chuva, os furacões são feitos de dúzias delas.
Tornados também podem ter vários vórtices, ao contrário dos furacões, que só têm um. Além disso, tornados acontecem principalmente sobre a terra, ao passo que furacões só nascem sobre mares quentes – quando alcançam a terra, furacões perdem força, pois não encontram umidade, seu principal combustível.
Apesar destas diferenças, furacões podem gerar tornados: isso costuma acontecer quando um furacão toca o solo em dia com tempo muito ruim.

Mesmo sendo possíveis em qualquer parte do planeta, tornados são mais comuns nas Montanhas Rochosas, nos Estados Unidos, durante os meses de primavera e verão. Maio de 2003, por exemplo, foi um mês recorde em número de tornados: foram registrados, ao todo, 546 tornados em território norte-americano.
Como se forma um tornado?

Os meteorologistas ainda não entendem completamente como um tornado nasce. Os tornados mais destrutivos da história surgiram a partir de supercélulas, um tipo de tempestade de trovões que se move em círculos.
Acredita-se que as causas de um tornado sejam explicadas principalmente por coisas que acontecem dentro e em volta da tempestade. As supercélulas costumam produzir ainda muitos relâmpagos, granizo e enchentes.

Quando tornados passam sobre uma vegetação ou sobre uma construção, arrancam pedaços que passam a carregar junto deles. O acúmulo de poeira, névoa e destroços é o que dá uma cor escura à coluna de ar que forma o fenômeno.

Já assistiu ao filme Twister? Lembra da cena em que uma vaca voa por cima de uma caminhonete graças à força dos ventos? Pois é, existem muitas histórias estranhas envolvendo tornados...

Embora possam se estender por até uma hora, a maioria dos tornados não vai além dos dez minutos de duração. Assim, apesar da grande velocidade de seus ventos, o raio de destruição de um tornado é bem menor que o de um furacão.

Classificação de um tornado
A força de um tornado é medida pela escala Fujita, que leva em conta os danos causados por ventos em estruturas e vegetações. Esta escala varia de zero a cinco. Cerca de 70% dos tornados registrados são considerados fracos, sendo classificados como tornados F0 ou F1 segundo a média de velocidade de seus ventos. Apenas 2% deles atingem o máximo de poder de destruição, sendo classificados como tornados F5, cujos ventos superam os 400 km/h! Assustador, não?!

Um tornado F0 tem ventos de até 117 km/h e é capaz de arrancar pequenas árvores, danificar chaminés e placas. Um tornado F1 tem ventos que variam de 118 km/h a 179 km/h, sendo capaz de causar danos a telhados e lançar carros para fora das estradas.
Os ventos de um tornado F2 ficam entre 180 km/h e 251 km/h, causando grandes danos a telhados, virando carros e vagões de carga e ainda lançando objetos leves a pequenas distâncias. Um tornado F3, que tem ventos entre 252 km/h e 330 km/h, pode arrancar árvores de grande porte, arrastar e arremessar carros.
Com ventos entre 331 km/h e 416 km/h, um tornado F4 é capaz de danificar gravemente fundações de casas. Um tornado F5 destrói por completo casas e prédios, lança a mais de 100 metros de altura objetos pesados como carros e grandes pedaços de concreto, graças à força dos ventos que variam entre 417 km/h e 508 km/h.

Os tornados são ainda identificados pelo local e data em que ocorreram. Assim, Miami Lakes FL 29 OUT 2003, por exemplo, é o nome de um tornado que atingiu a cidade de Miami, no estado norte-americano da Flórida, em 29 de outubro de 2003. Missouri Valley/Corn Belt 24 MAI 2004 é um outro exemplo: este tornado atingiu uma região dos Estados Unidos conhecida como “Cinturão do Milho” (Corn Belt), que reúne os estados de Missouri, Nebraska, Kansas e Iowa, em 24 de maio de 2004.


Estágios de uma tempestade. Da direita para a esquerda: distúrbio tropical, depressão tropical, tempestade tropical e furacão. AOML/NOAA.


O que são ciclones e tempestades tropicais?
Por: Juliana Rocha

Sabe aquele dia com céu escuro, ventos fortes e muita chuva?
Independente da força do vento ou da quantidade de chuva, para nós este dia não passa de mais um dia com tempo ruim. Só que os meteorologistas percebem variações na gravidade do tempo e dão nomes diferentes para cada um dos estágios, ou seja, cada uma das fases do tempo ruim.

Ciclones tropicais, ciclones extratropicais e ciclones subtropicais são alguns desses nomes. Os meteorologistas chamam de ciclones tropicais os sistemas de ar de baixa pressão que se formam sobre os mares dos trópicos. Como é que é? É o seguinte: um sistema de ar é apenas uma grande quantidade de ar que se move de forma organizada.
Já baixa pressão se refere à força que esta quantidade de ar faz sobre a superfície da Terra, ou seja, ao seu peso. Quando dizemos que uma área é de baixa pressão atmosférica, queremos dizer que ali o ar faz menos força sobre a Terra (e sobre a gente) do que na região vizinha. Áreas de baixa pressão atraem ventos, que sopram para dentro dela tentando equilibrar a força que o ar faz sobre aquele trecho da superfície.

Quando os ventos de um ciclone tropical não superam os 60 km/h, ele é chamado de depressão tropical. Quando os ventos giram entre 61 km/h e 116 km/h, tem-se uma tempestade tropical.
Os ciclones tropicais passam a ser chamados de furacões ou tufões, quando seus ventos ultrapassam os 120 km/h. Os ciclones tropicais retiram sua energia do ar úmido e quente localizado acima dos mares tropicais e têm seus ventos mais fortes próximos à superfície.

Os ciclones extratropicais também são sistemas de ar de baixa pressão, só que, ao contrário dos ciclones tropicais, retiram sua energia das diferenças de temperatura entre as várias camadas da atmosfera. Além disso, os ciclones extratropicais têm seus ventos mais fortes próximos à tropopausa, camada da atmosfera a mais ou menos 12 km da superfície.

Os ciclones subtropicais têm características tanto dos ciclones tropicais como dos extratropicais: retiram energia do ar quente e úmido sobre os mares e são comuns perto da latitude 50º N, área de variação moderada de temperatura.
Os ciclones subtropicais podem ainda se transformar em furacões. Um exemplo disto aconteceu em novembro de 1994, com o Furacão Florence. Os ciclones subtropicais também são chamados de depressões subtropicais – quando seus ventos são menores que 60 km/h – e de tempestades subtropicais – quando seus ventos são iguais ou maiores que 60 km/h.

Mas chega de falar em tempo ruim! Existe um outro fenômeno do clima que é geralmente associado a céu limpo e temperaturas amenas. Os meteorologistas o chamam de anticiclone. Os anticiclones são áreas de alta pressão atmosférica, ou seja, áreas onde o ar faz muita força sobre a superfície da Terra. Estas áreas expulsam ventos, dificultando o processo necessário para a formação de nuvens e chuvas.


Furacão Anita, 1977. NOAA Photo Library

O que são furacões?
Por: Juliana Rocha
Furacão, tufão e ciclone são nomes regionais para fortes ciclones tropicais.
Os meteorologistas chamam de ciclones tropicais as grandes quantidades de ar com baixa pressão atmosférica que se movem de forma organizada sobre os mares da região equatorial da Terra.

Nem todos os ciclones tropicais se transformam em furacões; alguns desaparecem poucas horas depois de formados.

Para que um ciclone tropical passe a ser chamado de furacão, é preciso que seus ventos alcancem a velocidade de 120 km/h. Quando isto acontece, o ciclone assume a forma de uma rosca e é batizado pelos meteorologistas com nomes como Catarina, Andrews, Ophelia...

Você sabia que existem diferenças entre os furacões que se formam no hemisfério norte e os que se formam no hemisfério sul? Os ventos dos furacões que nascem no hemisfério norte sopram em sentido anti-horário, enquanto os ventos daqueles que nascem no hemisfério sul sopram em sentido horário.
Isto acontece por causa da rotação da Terra e do chamado efeito Coriolis, que entorta os ventos em direções opostas em cada um dos hemisférios.
Mas não pense que a rotação da Terra seja capaz, por exemplo, de afetar o escoamento da água em pias ou vasos sanitários.

Este movimento é muito lento para ser percebido assim! A direção que a água gira em pias e sanitários é determinada pelo formato desses objetos e pelo movimento inicial da água. Você pode conseguir fazer a água escoar tanto no sentido horário quando no sentido anti-horário, não importando em que hemisfério esteja. Não acredita? Então, experimente você mesmo! Como se forma um furacão?

Já notou como a água do mar fica mais quente ao final de um dia ensolarado? Isto acontece porque o mar concentra e conserva o calor recebido durante o dia inteiro. Especialmente durante os meses de verão, os mares tropicais recebem grande quantidade de calor e se aquecem.

Quando a superfície do mar supera os 26º Celsius, o processo natural de evaporação da água passa a acontecer mais rápido. Então, o ar que está logo acima da superfície absorve o vapor d’água resultante da evaporação, ficando mais quente e úmido. Quente, o ar começa a subir formando uma coluna com baixa pressão atmosférica em volta da qual começam a soprar ventos.

Conforme a coluna de ar quente e úmido sobe, o vapor d’água condensa, transformando-se em pequenas gotas. Após algumas horas, as gotas se juntam e formam nuvens e, após alguns dias de formação de nuvens, chuvas e trovões começam a acontecer.

Quando os ventos que giram em volta da coluna de ar quente atingem 120 km/h, a pressão atmosférica em uma pequena área dentro da coluna cai muito depressa: é o aparecimento do chamado olho do furacão. O olho é uma região de calmaria, onde os ventos são leves, não ultrapassando os 32 km/h.

Se você pudesse entrar em um furacão, primeiro sentiria ventos muito fortes soprando na sua direção, depois encontraria uma área mais quente e o sopro de uma brisa e, finalmente, chegaria em uma nova região com ventos violentos. Os ventos de um furacão podem atingir até 250 km/h!

Os furacões duram, em média, seis dias e viajam a uma velocidade que varia entre 19 km/h e 32 km/h. As tempestades completamente desenvolvidas se movem mais rápido que as tempestades jovens.

Os furacões trazem ainda ondas de até 12 metros de altura e uma variação de até 5,5 m na quantidade normal de chuvas da região atingida.

Fonte :www.invivo.fiocruz.br

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