terça-feira, 24 de novembro de 2009

Gatos







A Diná, uma SRD (sem raça definida) de 4 anos, adora ser escovada, dormir no colo e brincar muito. "Ela pensa que é uma gata de madame. Quer ser paparicada o dia todo", dia sua dona, a analista de sistemas Alice Shimada Bacic, 35, que mora em São Paulo.








Juninho nasceu no dia 24 de março de 2006. Seu dono, José Donizete de Oliveira, criou até uma comunidade no Orkut para homenagear Juninho e outros felinos ("BBC - Big Brother Cats") .

 
Luna é da raça exotic shorhair. Tem 5 anos. "A coisa mais curiosa de seu comportamente é o fato de gostar de beber água molhando a patinha no prato e lembendo e já aproveita para lavar o focinho. Quando acaba vai beber água (limpa) pra valer no outro pratinho", diz sua dona, a professora Laura Cristina Vieira, 44, que mora em Maceió (AL)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Calotas polares leste e oeste da Antártida derretem, mostra pesquisa

da France Presse, em Paris



As calotas polares retêm enormes quantidades de água em forma de gelo. O degelo total da calota da Groenlândia (próxima ao polo Norte) provocaria uma elevação do nível dos mares de quase sete metros, e o desaparecimento da calota antártica (polo Sul) uma alta superior a 70 metros.

"Nossos resultados mostram que a calota polar do oeste do continente antártico perde gelo a um ritmo acelerado desde 2005 ou 2006, enquanto o leste do continente deu sinais do mesmo tipo durante o período", afirma o estudo.

"Estas mudanças são atribuídas a uma aceleração da perda de gelo nas regiões costeiras do leste do continente antrtico", destacam os autores.

Antes de chegar a este resultado, que implica uma alta mais intensa do que o previso do nível dos mares em um futuro próximo, os cientistas colaboradores de Jianli Chen, da Universidade do Texas, em Austin (EUA), examinaram sete anos de dados transmitidos pelos dois satélites Grace entre abril de 2002 e abril de 2009.

Para o oeste da Antártida, a perda anual está avaliada em 132 gigatoneladas anuais, com uma incerteza de 26 gigatoneladas; para a parte oriental do continente, a perda é de menos de 57 gigatoneladas anuais, com uma incerteza de 52 gigatoneladas.

Até agora, a parte oriental da calota polar era considerada em equilíbrio, com uma leve alta.

"A Antártida em breve pode contribuir de maneira significativa para a alta do nível dos mares", concluem os autores do estudo.



A calota polar da parte oriental do continente antártico está afundando, assim como a parte ocidental, segundo um estudo publicado pela revista "Nature Geoscience".

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Estado alerta para riscos à saúde

Foto: Rodrigo Netto - Especial DP


As recentes chuvas causaram sérios transtornos à população gaúcha. Para evitar doenças como diarreia, febre tifóide, hepatite e leptospirose, as pessoas que moram nos locais atingidos devem redobrar seus cuidados em relação ao consumo de água, manuseio de alimentos, asseio e higiene.


O Centro Estadual de Vigilância em Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde, recomenda as seguintes medidas:


- Evitar o contato direto com a água e a lama contaminadas pelas cheias;


- Controlar o contato das crianças com as águas;


- Manter os alimentos em locais protegidos e secos;


- Ferver ou filtrar a água antes de beber, mesmo se ela for procedente da rede pública de abastecimento;


- Se possível, adicionar hipoclorito à água, para garantir sua potabilidade. O hipoclorito é fornecido pelos municípios;


- Não tomar água que apresente cor, cheiro ou gosto estranhos;


- Quando as águas retomarem o seu nível normal, possibilitando o retorno da população às residências, é necessário limpar e desinfetar com água sanitária (na proporção de uma xícara para cada cinco litros de água) o piso, as paredes e objetos e roupas atingidas, usando luvas e botas de borracha;


Depois, deve-se enxaguar com água limpa


É preciso cuidado também com os insetos e animais peçonhentos que podem ter buscado refúgio na residência durante a cheia: deve-se verificar as casas antes de retornar definitivamente;


Se houve mortes de animais como cães, gatos, aves, porcos e reses, é preciso enterrá-los em covas profundas.


Fonte: Jornal Diário Popular, sexta – feira 20 de novembro de 2009.

Fenômenos do clima

Ciência


Ciclones, furacões, tornados...
Por: Juliana Rocha


Você sabe o que são ciclones, furacões, tufões? Sabe o que são tornados, tempestades tropicais, depressões tropicais? Sabe quais as diferenças entre um furacão e um tornado? E entre uma tempestade tropical e uma depressão tropical?

Pois todos estes nomes se referem a fenômenos do clima. Espere aí, você sabe o que é clima? Clima e tempo são ideias usadas em meteorologia, que é a ciência que estuda as mudanças na atmosfera e interpreta os dados relativos às chuvas, ventos, temperatura e umidade de ar.
Quando os meteorologistas falam em tempo, estão considerando as mudanças que acontecem num período curto, como um dia ou uma semana. Já quando falam de clima, estão se referindo à média das mudanças num período longo, como meses ou anos.

A presença do clima em nossas vidas pode ser facilmente percebida pelo ciclo das estações. É a posição da Terra no sistema solar que determina se é verão, primavera, outono ou inverno. Mas ainda que seja verão no Brasil, por exemplo, nem todas as cidades do país experimentarão as mesmas temperaturas: as condições locais, como a presença de lagos, rios, mares, montanhas e o tipo de vegetação, também influenciam no comportamento médio da atmosfera.

Embora o clima tenha sempre variado de modo natural, as mudanças registradas nos últimos 150 anos têm preocupado cientistas. O aumento das emissões de gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) na atmosfera dificultam o processo de resfriamento do planeta Terra, gerando o chamado efeito estufa e criando novos padrões de vento, temperatura, chuva e circulação dos oceanos.
Algumas das consequências previstas do aquecimento global são o aumento do nível do mar, chuvas mais fortes e frequentes, erosão do solo e extinção de espécies animais e vegetais.

Mas isto já é outro papo, não é?! Voltemos aos fenômenos do clima. Cada um dos fenômenos mencionados lá no começo do texto tem características próprias e acontece mais facilmente em diferentes lugares do planeta. Os tornados, por exemplo, são comuns nas Montanhas Rochosas, nos Estados Unidos. Já os furacões acontecem em todo o Oceano Atlântico e no leste e no centro do Oceano Pacífico.


Tornado Oklahoma 22 MAIO 1981. NOAA Photo Library.

O que são tornados?

Por: Juliana Rocha

Os tornados são o pior tipo de tempestade conhecido pelo homem. Eles acontecem quando uma coluna de ar que gira muito rápido se liga, ao mesmo tempo, a uma nuvem de chuva e ao solo. Os ventos que formam esta coluna podem soprar a mais de 500 km/h! Com ventos tão fortes assim, você já deve ter percebido que não é uma boa ideia ficar na rota de um tornado!

Os meteorologistas dizem que tanto os tornados como os furacões são vórtices atmosféricos. Nome estranho, não é? Só que um vórtice atmosférico não é nada mais que um forte redemoinho de ar! Mas mesmo que estes dois fenômenos do clima sejam fortes redemoinhos de ar, tornados e furacões têm pouca coisa em comum.

O tamanho de um tornado fica em torno dos cem metros. Já um furacão pode medir mais de cem quilômetros. Enquanto os tornados se formam a partir de uma única nuvem de chuva, os furacões são feitos de dúzias delas.
Tornados também podem ter vários vórtices, ao contrário dos furacões, que só têm um. Além disso, tornados acontecem principalmente sobre a terra, ao passo que furacões só nascem sobre mares quentes – quando alcançam a terra, furacões perdem força, pois não encontram umidade, seu principal combustível.
Apesar destas diferenças, furacões podem gerar tornados: isso costuma acontecer quando um furacão toca o solo em dia com tempo muito ruim.

Mesmo sendo possíveis em qualquer parte do planeta, tornados são mais comuns nas Montanhas Rochosas, nos Estados Unidos, durante os meses de primavera e verão. Maio de 2003, por exemplo, foi um mês recorde em número de tornados: foram registrados, ao todo, 546 tornados em território norte-americano.
Como se forma um tornado?

Os meteorologistas ainda não entendem completamente como um tornado nasce. Os tornados mais destrutivos da história surgiram a partir de supercélulas, um tipo de tempestade de trovões que se move em círculos.
Acredita-se que as causas de um tornado sejam explicadas principalmente por coisas que acontecem dentro e em volta da tempestade. As supercélulas costumam produzir ainda muitos relâmpagos, granizo e enchentes.

Quando tornados passam sobre uma vegetação ou sobre uma construção, arrancam pedaços que passam a carregar junto deles. O acúmulo de poeira, névoa e destroços é o que dá uma cor escura à coluna de ar que forma o fenômeno.

Já assistiu ao filme Twister? Lembra da cena em que uma vaca voa por cima de uma caminhonete graças à força dos ventos? Pois é, existem muitas histórias estranhas envolvendo tornados...

Embora possam se estender por até uma hora, a maioria dos tornados não vai além dos dez minutos de duração. Assim, apesar da grande velocidade de seus ventos, o raio de destruição de um tornado é bem menor que o de um furacão.

Classificação de um tornado
A força de um tornado é medida pela escala Fujita, que leva em conta os danos causados por ventos em estruturas e vegetações. Esta escala varia de zero a cinco. Cerca de 70% dos tornados registrados são considerados fracos, sendo classificados como tornados F0 ou F1 segundo a média de velocidade de seus ventos. Apenas 2% deles atingem o máximo de poder de destruição, sendo classificados como tornados F5, cujos ventos superam os 400 km/h! Assustador, não?!

Um tornado F0 tem ventos de até 117 km/h e é capaz de arrancar pequenas árvores, danificar chaminés e placas. Um tornado F1 tem ventos que variam de 118 km/h a 179 km/h, sendo capaz de causar danos a telhados e lançar carros para fora das estradas.
Os ventos de um tornado F2 ficam entre 180 km/h e 251 km/h, causando grandes danos a telhados, virando carros e vagões de carga e ainda lançando objetos leves a pequenas distâncias. Um tornado F3, que tem ventos entre 252 km/h e 330 km/h, pode arrancar árvores de grande porte, arrastar e arremessar carros.
Com ventos entre 331 km/h e 416 km/h, um tornado F4 é capaz de danificar gravemente fundações de casas. Um tornado F5 destrói por completo casas e prédios, lança a mais de 100 metros de altura objetos pesados como carros e grandes pedaços de concreto, graças à força dos ventos que variam entre 417 km/h e 508 km/h.

Os tornados são ainda identificados pelo local e data em que ocorreram. Assim, Miami Lakes FL 29 OUT 2003, por exemplo, é o nome de um tornado que atingiu a cidade de Miami, no estado norte-americano da Flórida, em 29 de outubro de 2003. Missouri Valley/Corn Belt 24 MAI 2004 é um outro exemplo: este tornado atingiu uma região dos Estados Unidos conhecida como “Cinturão do Milho” (Corn Belt), que reúne os estados de Missouri, Nebraska, Kansas e Iowa, em 24 de maio de 2004.


Estágios de uma tempestade. Da direita para a esquerda: distúrbio tropical, depressão tropical, tempestade tropical e furacão. AOML/NOAA.


O que são ciclones e tempestades tropicais?
Por: Juliana Rocha

Sabe aquele dia com céu escuro, ventos fortes e muita chuva?
Independente da força do vento ou da quantidade de chuva, para nós este dia não passa de mais um dia com tempo ruim. Só que os meteorologistas percebem variações na gravidade do tempo e dão nomes diferentes para cada um dos estágios, ou seja, cada uma das fases do tempo ruim.

Ciclones tropicais, ciclones extratropicais e ciclones subtropicais são alguns desses nomes. Os meteorologistas chamam de ciclones tropicais os sistemas de ar de baixa pressão que se formam sobre os mares dos trópicos. Como é que é? É o seguinte: um sistema de ar é apenas uma grande quantidade de ar que se move de forma organizada.
Já baixa pressão se refere à força que esta quantidade de ar faz sobre a superfície da Terra, ou seja, ao seu peso. Quando dizemos que uma área é de baixa pressão atmosférica, queremos dizer que ali o ar faz menos força sobre a Terra (e sobre a gente) do que na região vizinha. Áreas de baixa pressão atraem ventos, que sopram para dentro dela tentando equilibrar a força que o ar faz sobre aquele trecho da superfície.

Quando os ventos de um ciclone tropical não superam os 60 km/h, ele é chamado de depressão tropical. Quando os ventos giram entre 61 km/h e 116 km/h, tem-se uma tempestade tropical.
Os ciclones tropicais passam a ser chamados de furacões ou tufões, quando seus ventos ultrapassam os 120 km/h. Os ciclones tropicais retiram sua energia do ar úmido e quente localizado acima dos mares tropicais e têm seus ventos mais fortes próximos à superfície.

Os ciclones extratropicais também são sistemas de ar de baixa pressão, só que, ao contrário dos ciclones tropicais, retiram sua energia das diferenças de temperatura entre as várias camadas da atmosfera. Além disso, os ciclones extratropicais têm seus ventos mais fortes próximos à tropopausa, camada da atmosfera a mais ou menos 12 km da superfície.

Os ciclones subtropicais têm características tanto dos ciclones tropicais como dos extratropicais: retiram energia do ar quente e úmido sobre os mares e são comuns perto da latitude 50º N, área de variação moderada de temperatura.
Os ciclones subtropicais podem ainda se transformar em furacões. Um exemplo disto aconteceu em novembro de 1994, com o Furacão Florence. Os ciclones subtropicais também são chamados de depressões subtropicais – quando seus ventos são menores que 60 km/h – e de tempestades subtropicais – quando seus ventos são iguais ou maiores que 60 km/h.

Mas chega de falar em tempo ruim! Existe um outro fenômeno do clima que é geralmente associado a céu limpo e temperaturas amenas. Os meteorologistas o chamam de anticiclone. Os anticiclones são áreas de alta pressão atmosférica, ou seja, áreas onde o ar faz muita força sobre a superfície da Terra. Estas áreas expulsam ventos, dificultando o processo necessário para a formação de nuvens e chuvas.


Furacão Anita, 1977. NOAA Photo Library

O que são furacões?
Por: Juliana Rocha
Furacão, tufão e ciclone são nomes regionais para fortes ciclones tropicais.
Os meteorologistas chamam de ciclones tropicais as grandes quantidades de ar com baixa pressão atmosférica que se movem de forma organizada sobre os mares da região equatorial da Terra.

Nem todos os ciclones tropicais se transformam em furacões; alguns desaparecem poucas horas depois de formados.

Para que um ciclone tropical passe a ser chamado de furacão, é preciso que seus ventos alcancem a velocidade de 120 km/h. Quando isto acontece, o ciclone assume a forma de uma rosca e é batizado pelos meteorologistas com nomes como Catarina, Andrews, Ophelia...

Você sabia que existem diferenças entre os furacões que se formam no hemisfério norte e os que se formam no hemisfério sul? Os ventos dos furacões que nascem no hemisfério norte sopram em sentido anti-horário, enquanto os ventos daqueles que nascem no hemisfério sul sopram em sentido horário.
Isto acontece por causa da rotação da Terra e do chamado efeito Coriolis, que entorta os ventos em direções opostas em cada um dos hemisférios.
Mas não pense que a rotação da Terra seja capaz, por exemplo, de afetar o escoamento da água em pias ou vasos sanitários.

Este movimento é muito lento para ser percebido assim! A direção que a água gira em pias e sanitários é determinada pelo formato desses objetos e pelo movimento inicial da água. Você pode conseguir fazer a água escoar tanto no sentido horário quando no sentido anti-horário, não importando em que hemisfério esteja. Não acredita? Então, experimente você mesmo! Como se forma um furacão?

Já notou como a água do mar fica mais quente ao final de um dia ensolarado? Isto acontece porque o mar concentra e conserva o calor recebido durante o dia inteiro. Especialmente durante os meses de verão, os mares tropicais recebem grande quantidade de calor e se aquecem.

Quando a superfície do mar supera os 26º Celsius, o processo natural de evaporação da água passa a acontecer mais rápido. Então, o ar que está logo acima da superfície absorve o vapor d’água resultante da evaporação, ficando mais quente e úmido. Quente, o ar começa a subir formando uma coluna com baixa pressão atmosférica em volta da qual começam a soprar ventos.

Conforme a coluna de ar quente e úmido sobe, o vapor d’água condensa, transformando-se em pequenas gotas. Após algumas horas, as gotas se juntam e formam nuvens e, após alguns dias de formação de nuvens, chuvas e trovões começam a acontecer.

Quando os ventos que giram em volta da coluna de ar quente atingem 120 km/h, a pressão atmosférica em uma pequena área dentro da coluna cai muito depressa: é o aparecimento do chamado olho do furacão. O olho é uma região de calmaria, onde os ventos são leves, não ultrapassando os 32 km/h.

Se você pudesse entrar em um furacão, primeiro sentiria ventos muito fortes soprando na sua direção, depois encontraria uma área mais quente e o sopro de uma brisa e, finalmente, chegaria em uma nova região com ventos violentos. Os ventos de um furacão podem atingir até 250 km/h!

Os furacões duram, em média, seis dias e viajam a uma velocidade que varia entre 19 km/h e 32 km/h. As tempestades completamente desenvolvidas se movem mais rápido que as tempestades jovens.

Os furacões trazem ainda ondas de até 12 metros de altura e uma variação de até 5,5 m na quantidade normal de chuvas da região atingida.

Fonte :www.invivo.fiocruz.br

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

CHOCOLATE - mitos e verdades

Foto: wikipedia

Mitos e Verdades
Por: Maria Ramos

Chocolate dá espinha.

Não há comprovação científica de que o chocolate possa provocar acnes ou espinhas. Muitos médicos acreditam que o agravamento da acne não está ligado à alimentação. Outros recomendam que o paciente observe se há piora ao comer alimentos muito oleosos.

Chocolate dá cáries.

O açúcar contido no chocolate pode causar cáries nos dentes, mas não é mais perigoso que o açúcar contido nos demais alimentos. O importante é manter uma boa higiene bucal.

Chocolate tem estimulantes.

O chocolate possui estimulantes como a cafeína e a teobromina, mas em doses muito baixas para provocar alterações de comportamento. Só para você ter uma ideia, um pedaço de 30 gramas de chocolate ao leite tem aproximadamente a mesma quantidade de cafeína de uma xícara de café descafeinado.

Chocolate pode causar dor de cabeça.

Não há evidências de que o chocolate possa causar dor de cabeça, mas alguns estudos sugerem que isso pode ocorrer em pessoas que sofrem de enxaquecas.

Chocolate vicia.

Muitas pessoas se consideram chocólatras, ou seja, viciadas em chocolate. Mas estudos têm demonstrado que a obsessão por chocolate está mais ligada a fatores culturais do que químicos.

Animais de estimação não podem comer chocolate.

O chocolate pode ser fatal para cães e gatos. Eles não conseguem absorver ou eliminar a teobromina, substância presente no chocolate e, por isso, podem ter problemas cardíacos, hemorragias e até mesmo morrer. É bom lembrar que o chocolate pode ser perigoso ainda que disfarçado em bolos, biscoitos ou sorvete.

A Farsul e as pesquisas

A Farsul e as pesquisas

Estou obcecado pela Farsul.

Ainda vou me dar mal por causa disso. No fundo, a Farsul não me interessa. Vivi 46 anos sem pensar na Farsul. Pensava mais na Greta Garbo. E na Ana Paula Arósio.

Mas o pessoal da Farsul é tão divertido que agora acabo lendo tudo o que escrevem. A Farsul odeia pesquisas. Para ela, o IBGE mente. Salvo quando apresenta números favoráveis ao agronegócio.

O Censo Agropecuário, segundo a turma da Farsul, é uma farsa. Até agora, pelo que entendi, só a Embrapa falava a verdade. Só os números da Embrapa eram sérios. Só a Embrapa tinha boa metodologia. Só os pesquisadores da Embrapa não era ideologizados.

A Embrapa era a voz dos ruralistas. Pois não é que a Embrapa meteu uma bola nas costas da Farsul, obrigando-a a contestar os resultados de estudo sobre produtividade agrícola.

Acontece que a Embrapa descobriu que, entre os Estados abalados pelo clima, o Rio Grande do Sul tem os menores índices de produtividade agrícola. Mexeu com os brios dos nossos ruralistas.

O presidente da Frasul, Carlos Sperotto, reagiu feito um Bento Gonçalves: “Os gaúchos não aceitam o ônus de apresentarem a menor produtividade”. Mas não é uma questão de números? Ou é de orgulho? O orgulho gaúcho rejeita índices negativos.

Então, obviamente, eles não existem. A Farsul só acredita em pesquisas que correspondam ao tamanho do nosso orgulho. Está certo. Sabemos que números são sempre subjetivos.

Parece que um ruralista desencantado saiu com esta: "Até tu, Embrapa, até tu!". É complicado ironizar a Farsul.

Eles não têm senso de humor. Ainda mais quando uma pesquisa mexe com temas sagrados como nossa incontestável produtividade. Entramos numa nova era, muito além da Embrapa e do IBGE. A era dos números subjetivos e ideológicos.

Que Farsul!

Postado por Juremir Machado da Silva - 15/11/2009

16 de novembro é o Dia do Não Fumar


16 de novembro é o Dia do Não Fumar


Por Lise Bocchino, cardiologista do Bronstein/DASA

O combate ao tabagismo tem sido mais do que debatido em épocas de disseminação da Lei Antifumo.


E, segundo a Dra. Lise Bocchino, cardiologista do Bronstein Medicina Diagnóstica/DASA, o tabagismo merece mesmo tanta atenção. Um alerta neste 16 de novembro, Dia do Não Fumar.


O tabagismo é um grave problema de saúde pública, acometendo um terço dos adultos ou 1,2 bilhão de pessoas no mundo.


Na fumaça do cigarro existem 4.770 substâncias tóxicas, sendo as principais nicotina, alcatrão, monóxido de carbono e até substâncias radioativas como Polônio 210 e Cádmio, que também são encontradas nas baterias de carros.


A cardiologista afirma que os fumantes passivos, um dos focos principais da Lei Antifumo, contabilizam 2 bilhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Destes, 700 milhões são crianças, sendo que o fumo passivo é responsável por 50 mil mortes por ano. “Quanto mais fumantes no local de trabalho ou em casa, maior a chance de doenças.


Se houver um fumante no local, a probabilidade de doença é de 30%. Se forem mais de dois fumantes, a chance chega a 50%”, reforça a médica.


Dra. Lise também lembra que o tabagismo é responsável por 75% dos casos de bronquite crônica, 80% dos casos de enfisema pulmonar, 80% dos casos de câncer de pulmão e 25% dos casos de infarto agudo do miocárdio.


No mundo, doenças associados ao fumo provocam 6 milhões de mortes anuais. No Brasil, são 120 mil mortes por ano, ou seja, a cada hora, dez brasileiros morrem devido ao tabagismo.


Existem no país 35 milhões de fumantes, dos quais 3 milhões têm entre dez e 19 anos.
A cardiologista esclarece o que leva uma pessoa a fumar. O vício normalmente se instala em três meses e o ato de fumar costuma ser vinculado a um imenso bem-estar, um regulador de humor e de comportamento. “Em apenas sete segundos a nicotina, altamente viciante, é absorvida e chega ao cérebro”, diz Lise.


Os principais efeitos da nicotina são a sensação de alívio e prazer, criando uma excitação que aumenta a vigilância e diminui a fome, melhorando o rendimento de atividades.


Na esfera médica, segundo a cardiologista, os efeitos do cigarro são inúmeros. Dentre eles taquicardia, vasoconstrição periférica, elevação da pressão arterial, aumento do débito cardíaco, elevação do consumo de oxigênio no miocárdio, indução ao vasoespasmo coronariano, elevação da carboxihemoglobina, leucocitose e policitemia secundária, aumento da viscosidade sanguínea, aumento da ativação e da agregação plaquetária, aumento da expressão de moléculas de adesão em leucócitos, elevação da concentração de fibrinogênio, elevação dos níveis de ácidos graxos, elevações de lipoproteínas de baixa e muito baixa densidade e redução dos níveis do colesterol de alta densidade.
Lise reforça que, para as mulheres, ainda existem os riscos de indução à menopausa precoce, aborto espontâneo e de nascimento de bebê com baixo peso.


Para quem usa anticoncepcionais, os riscos aumentam, em média, em dez vezes. “O tabagismo também é comprovado causador de câncer, sendo os principais tipos os de boca, laringe, esôfago, pulmão, bexiga, estômago e colo uterino. Isso sem falar no infarto agudo do miocárdio, AVC (derrame) e impotência sexual”, revela.


Parar de fumar, de acordo com a médica, não costuma ser fácil. Fazem parte da abstinência uma intensa vontade de fumar, frustração, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, aumento do apetite, insônia, dores de cabeça e até depressão. “Mas lembre que os tratamentos existem e são eficazes. Por meio de remédios e de apoio psicológico, você terá um forte suporte”, finaliza.


Informações podem estimular o ex-fumante no processo de abandono do vício:


- Ao parar de fumar, em apenas 20 minutos seu pulso volta ao normal- Após oito horas, o nível de oxigênio no sangue aumenta;


- Em 24 horas, o pulmão fica mais limpo;


- Depois de dois dias, o paladar e o olfato melhoram sensivelmente, além de a respiração e o nível de energia terem uma melhora considerável;


- Depois de duas semanas a três meses, o sistema imunológico fica mais ativo
Estratégias comportamentais para não fumar:


- Tomar água;


- Fazer exercício físico;


- Descobrir novas distrações;


- Eliminar cinzeiros e isqueiros;


- Trabalhar pensamentos automáticos;


- Substituir o cigarro por alimentos não engordativos;


- Se a ansiedade aparecer, tenha sempre em mente que ela é uma sensação que normalmente dura menos do que cinco minutos e que a superação vai valer a pena.


Por Lise Bocchino, cardiologista do Bronstein/DASA

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A Farsul contra o meio ambiente gaúcho

A Farsul contra o meio ambiente gaúcho

Quem é mais perigoso: o MST ou a Farsul? Parece provocação. E é. O MST andou derrubando laranjeiras em São Paulo.

A Farsul quer derrubar toda a legislação ambiental gaúcha. Os agrochatos pretendem liquidar os ecochatos.

Tramita na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul o PL 154, tramado meio na surdina, que propõe acabar com as Áreas de Proteção Permanente.

Em lugar dos 30 metros mínimos, por exemplo, de preservação às margens dos rios, a Farsul e os seus ruralistas xiitas querem uma proteção de 5 metros. Eta mundo velho sem porteira! Se der, vai ter eucalipto dentro de rio. E não haveria diferença entre áreas intocadas e áreas já utilizadas.

A Farsul, como no caso dos transgênicos, faz da desobediência às leis vigentes o seu melhor argumento, o do fato consumado. A isso a Farsul chama de princípio de realidade.

Ao mesmo tempo em que tenta crimininalizar os movimentos sociais e exigir deles que respeitem as leis mesmo quando as leis não foram respeitadas por quem grilou terras, não faz o mesmo quando é do seu interesse.

Os deputados da base aliada estão empurrando com as enormes barrigas um projeto devastador e ardiloso, em nome, como sempre, da produção, da economia e dos ganhos sedutores e incomensuráveis.

É a velha ganância travestida de razoabilidade e de progresso. Muita gente tem medo do MST. Faz sentido.

Neste caso, eu tenho mais medo da Farsul. Salvo se tudo isso é ignorância minha. Afinal, todo dia um ruralista garante que sou muito ignorante e tolo.

Acredito no IBGE.

Postado por Juremir Machado da Silva - 11/11/2009 11:18

Combate à fome sem recursos







Combate à fome sem recursos


Cerca de 60 países se reuniram em Roma e, nesta segunda-feira, rejeitaram a destinação de mais 44 bilhões de dólares para a tentativa de erradicação da fome no mundo até 2025. A proposta havia sido encaminhada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).


Com isso, foi mantida a meta anterior, de reduzir a fome pela metade em todo o planeta até o ano de 2015.Para BaKi-moon, secretário-geral da ONU, é urgente estabelecer um plano de ação contra a fome de modo a que as pessoas sejam capacitadas e incentivadas a buscar sua autossuficiência na questão alimentar.

Por isso, as políticas públicas não podem adotar o caminho do mero assistencialismo.

Por sua vez, Jacques Diouf, diretor-geral da FAO, lamentou que um encontro dessa magnitude tenha terminado sem estabelecer ações concretas para um combate efetivo contra a fome e a desnutrição nos países mais pobres e subdesenvolvidos.


O total de pessoas famintas, de acordo com levantamentos efetuados pela ONU, teve um incremento de cerca de 150 milhões de pessoas como consequência da crise econômica mundial, passando de 850 milhões para mais de 1 bilhão de pessoas entre 2008 e 2009.No ano de 1996, quando a meta de redução do contingente com fome foi estabelecido em levar esse montante à metade em 2015, havia cerca de 400 milhões de pessoas em situação alimentar crítica.



A aceleração desses números demonstra que está se fazendo cada vez menos para enfrentar um quadro que piora cada vez mais. Inclusive, chama a atenção o fato de que, no início do ano de 2009, o G-8, que reúne as maiores economias internacionais, prometeu 20 bilhões de dólares nos próximos anos.


Como apenas a Itália compareceu ao encontro de Roma, ficam dúvidas sobre a disposição de cumprir esse compromisso no prazo estipulado.

A recessão que assolou o mundo no final de 2008 e no ano de 2009 continua a repercutir no cenário mundial, com consequências as mais imprevistas possíveis.


Com isso, sofrem as populações mais carentes das nações mais pobres, que acabam sendo as grandes vítimas da estagnação da economia.


A fome nesses focos mais vulneráveis é um problema de todos os países-membros da ONU, inclusive do Brasil, uma vez que a miséria não respeita fronteiras.

FONTE: JORNAL CORREIO DO POVO - TERÇA-FEIRA, 17 DE NOVEMBRO DE 2009

ÁGUA: Fundamental para combater a pobreza



ÁGUA : Fundamental para combater a pobreza


Por Nasseem Ackbarally, da IPS

Midrand, África do Sul, 16/11/2009 –


A falta de água limpa e saneamento adequado afeta diretamente a saúde e a economia da África, concluíram na sexta-feira, 13/11, especialistas do continente reunidos na cidade de Midrand, na África do Sul. Por outro lado, delegados da sociedade civil pediram “mais do que palavras”, ao também participarem da Segunda Semana da Água na África. A ministra da Água e de Assuntos Ambientais da África do Sul.
Buyelwa Sonjica, eleita presidente do Conselho de Ministros Africanos da Água para os próximos dois anos, destacou que a cooperação com estes temas será fundamental para romper o ciclo de pobreza no continente.
Também enfatizou a necessidade de fortalecer a infraestrutura regional para levar adiante programas de água e saneamento.Por sua vez, Clarissa Brocklehurst, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), previu que 15 países não atingirão a meta, incluída nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, de fornecer água potável, e 39 não conseguirão a meta referente ao saneamento. “Para se conseguir o objetivo do saneamento na África, 45 milhões de pessoas por ano deveriam ganhar acesso a ele antes de 2015”, destacou.
Brocklehurst disse ainda que, apesar de os desembolsos para a água na África terem aumentado de maneira significativa, a infraestrutura precisa ser atualizada.
Também e lamentou que apenas uma pequena parte da ajuda seja dirigida a serviços de água básicos e ao desenvolvimento do saneamento.
“Existem três temas contextuais que afetam os investimentos: crescimento populacional, agricultura e mudança climática”, afirmou. Vários acordos foram assinados na conferência, incluindo empréstimo de US$ 67 milhões concedidos pela Holanda para apoiar o desenvolvimento de infraestrutura nas comunidades pobres.
Durante todo encontro foram feitas sessões paralelas sobre temas relacionados, com financiamento e mudança climática.
Um assunto recorrente foi a necessidade de vontade política, em conjunto com um acertado conhecimento das realidades no terreno para poder avançar de forma efetiva e eficiente.
Os participantes da Semana da Água também revisaram outros temas importantes, com falta de adequada governabilidade e a corrupção em alguns países africanos, além do papel negativo desempenhado em certas ocasiões por grandes empresas de mineração.
Delegados da sociedade civil disseram que, diante das urgentes necessidades sócio-econômicas africanas, mais do que nunca, é importante avançar além dos discursos. “Chega de compromissos.
Temos promessas suficientes. Por favor, podemos ver algo de concreto? Neste momento tudo continua igual, e é por isso que a África está atrasada em relação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, disse a secretária-executiva da Rede da Sociedade Civil sobre Água e Saneamento, Jamillah Mwanjisi. “Em certos países, uma em cada oito pessoas tem acesso a saneamento seguro.
Em termos de fornecimento de água, são em sua maioria pessoas ricas em de áreas urbanas que têm acesso, enquanto a comunidade rural pobre deve caminhar oito quilômetros para conseguir água”, afirmou.
Os governos assumiram vários compromissos para resolver estes problemas (A última vez na cúpula da União Africana realizada em julho de 2008 no balneário egípcio de Sharm el Sheikh), mas a sociedade civil diz que sua implementação fracassou devido à falta de dinheiro e de vontade política. “A ajuda dos doadores não é suficiente, e na maior parte é dirigida a nações de renda média (na Ásia ou América Latina) onde, talvez, a brecha (de água e saneamento) não seja tão grande como na África”, disse Mwanjisi.
Até há pouco tempo – prosseguiu – o saneamento nem mesmo estava na agenda política dos governos africanos.Por sua vez, a presidente da Federação Nacional para a Proteção do Meio Ambiente, da Argélia, Fatima Zohra Zerouati, disse à IPS: “A África está muitíssimo atrasada (nos objetivos de água e saneamento) e precisamos de ações já”.
Destacou que os líderes deveriam entender que a água e o saneamento são mais importantes do que o exército, que de longe recebe mais recursos em quase todas as nações. Ada-Oko Williams, coordenadora regional da organização não-governamental Water Aid, disse que devem ser priorizados estes temas, criar agências responsáveis e estabelecer planos nacionais de saneamento para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
A ativista destacou que a Water Aid desenvolveu programas de associação com governos locais em vários Estados da Nigéria, e disse que deveriam ser tomados como modelo em outros países. Williams, reconheceu que algumas autoridades destinaram dinheiro a estes problemas, mas de forma pouco eficiente.
Ela disse que é comum ver um funcionário governamental ir a uma aldeia, cavar um poço e ir embora sem promover nenhum tipo de participação da comunidade. “Mas, agora vemos que os governos locais estão entendendo porque devem falar com as pessoas e porque as vozes dos beneficiados são importantes.
Também entendem que a comunidade pode ter um papel-chave, principalmente em termos de operações e manutenção das instalações”, disse Williams à IPS.
(IPS/Envolverde)

(Envolverde/IPS)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Não se comem promessas



Não se comem promessas

Por Paul Virgo, da IPS

Roma, 16/11/2009 –

A Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar, que começa hoje em Roma, corre o risco de se transformar em uma grande oportunidade perdida, alertaram especialistas e organização não-governamentais.

Aumentam os temores de que os principais líderes mundiais não compareçam à reunião convocada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e, também, que não se materializem novos compromissos vinculantes. A FAO realiza esta reunião em sua sede para dar novo fôlego à luta contra a fome, que afeta cerca de um bilhão de pessoas, quase a sexta parte da população mundial.

Prevê-se que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não compareça, e até agora o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, é o único líder de um país do Grupo dos Oito mais poderosos a confirmar presença. “É uma tragédia os líderes mundiais não assistirem a cúpula”, disse aos jornalistas Daniel Berman, da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras. Muitos especialistas também se preocupam que, como costuma acontecer com esses encontros, após muitas palavras pouco se obrigue as nações a adotarem medidas ao final da reunião.

De fato, a primeira destas conferências sobre alimentação, em 1996, fixou o objetivo de reduzir à metade o número de pessoas que sofriam fome – 825 milhões naquele momento – até 2015, mas o mundo se moveu na direção oposta. “Podemos obter mais declarações de boas intenções, mas, qual é a substancia que há por trás delas? Duvido que se consiga compromissos financeiros específicos no encontro”, disse à IPS Markus Giger, do Centro para o Desenvolvimento e o Meio Ambiente da Universidade de Berna. “O número de pessoas famintas e desnutridas está aumentando. Os países devem fazer mais. Estamos longe de alcançar nossos objetivos. É inaceitável”, ressaltou.

Um rascunho da declaração da cúpula contém poucas coisas que já não tenham sido declaradas pelo G-8 em sua reunião de 8 a 10 de julho em L’Aquila, na Itália. Nessa ocasião o G-8 prometeu “agir com o nível e a urgência necessários para conseguir uma segurança alimentar mundial sustentável”, entre outras coisas reduzindo os obstáculos nas negociações da Organização Mundial do Comércio e mobilizando US$ 20 bilhões nos próximos três anos para a agricultura sustentável nos países em desenvolvimento. Porém, fontes diplomáticas disseram à agência de noticias Reuters que menos de um quarto dessa quantia será realmente em efetivo.

“A declaração é apenas uma mistura de obviedades. Diz que a fome será reduzida pela metade até 2015, mas não compromete novos recursos para conseguir isso nem oferece uma maneira de fazer os governos assumirem suas responsabilidades. Infelizmente, os pobres não podem comer promessas”, disse Francisco Sarmiento, coordenador de direitos alimentares da ActionAid. Mesmo que os US$ 20 bilhões se concretizem, serão insuficientes, segundo a FAO.

O diretor-geral da agência, Jacques Diouf, disse que são necessários US$ 44 bilhões ao ano em ajuda oficial ao desenvolvimento para investimentos em agricultura e infraestrutura rural, acrescentando que os próprios países em desenvolvimento devem destinar maiores porcentagens de seus orçamentos a estas áreas. Este dinheiro é necessário para melhorar o acesso dos agricultores a sistemas de irrigação, maquinas modernas, sementes e fertilizantes, bem com para melhorar a infraestrutura rural e as estradas, para se conseguir os insumos necessários para aumentar a produção e depois levá-la ao mercado.

Jean-Philippe Audinet, diretor da divisão de políticas do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), é mais otimista do que algumas organizações não-governamentais em relação ao resultado da cúpula da FAO. Junto com esta agência e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) o Fida é uma das três organizações alimentares da Organização das Nações Unidas com sede na capital italiana. Promove a causa dos pequenos agricultores e suas famílias, que contabilizam dois bilhões de pessoas, ou cerca de um terço da população mundial.

O Fida diz que a situação destas pessoas deveria ser primordial, não só porque três quartos dos famintos do vivem em áreas rurais, mas também porque investir neles ajudará o planeta a conseguir o objetivo de aumentar em70% a produção alimentar. Isto permitirá atender as necessidades de uma população que provavelmente chegará a 9,1 bilhões até 2050. A Audinet agrada ver que agora existe um reconhecimento universal da importância da agricultura em geral e dos pequenos produtores em particular.

“Em termos de substancia, sabemos o resultado da cúpula, e, a menos que haja surpresas, os conteúdos da declaração não serão novos. Em boa parte estarão em linha com o que o G-8 aprovou em L’Aquila”, disse Adinet à IPS. “Mas, o fato de todos os países aprovarem os mesmos princípios, entre eles as nações onde a fome é um problema importante, em nível da ONU é um êxito”, acrescentou. Entretanto, admitiu que preocupa a possibilidade de muitos pesos pesados da política estarem ausentes.

A presença de aproximadamente 60 chefes de Estado e de governo em Roma, entre eles o papa Bento 16 e o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deveria pelo menos ajudar a manter a segurança alimentar sob o olhar do público internacional. “É de extrema importância os chefes de Estado e de governo se reunirem para debater sobre a fome. Nos agrada o fato de a fome estar recuperando sua legitima posição entre as prioridades”, disse à IPS Natalie Duck, da Ação Contra a Fome. “Também é crucial que a comunidade internacional reconheça que abordar o problema da fome não é apenas uma questão de produção agrícola”, acrescentou. “É importante que as agências da ONU e a comunidade internacional compreendam a necessidade de coordenar todas as áreas: saúde, nutrição, meios de sustento e proteção social, bem como agricultura”, afirmou.

Duck também acredita que um grande passo à frente seria a criação de um mecanismo para controlar o cumprimento de promessas como as assumidas pelo G-8 em julho. “Precisamos de um sistema que faça acompanhamento dos compromissos dos doadores para garantir os investimentos nos países, a fim de que as políticas para combater a fome e a desnutrição possam ser implementadas no âmbito nacional. É necessário que um organismo cuide de tornar responsáveis as pessoas pelos compromissos assumidos nestas cúpulas”, acrescentou.

Por sua vez, Diouf parecia fazer o que pode para mobilizar o apoio público para a luta contra a fome e empurrar os líderes mundiais à ação antes da cúpula. Na semana passada à FAO lançou uma petição via Internet (www.1billionhungry.or/house/es) na qual pede a priorização deste tema, e Diouf propôs a criação de um “dia mundial de greve de fome”, no último final de semana, em solidariedade com os maus nutridos. Sua mensagem combina o otimismo de que “erradicar a fome não é um sonho” (como mostraram países como Brasil, Nigéria e outros 29 que conseguiram avanços significativos) com alertas sobre o preço da falta de ação.

“Uma em cada seis pessoas sofre a dor da fome, a cada seis segundos morre de fome uma criança, e esta tragédia enorme não é apenas uma indignação moral e um absurdo econômico, mas também representa uma séria ameaça à nossa paz e segurança coletivas”, disse Diouif aos jornalistas. Além disso, deve-se recordar que “as pessoas famintas também são, com toda razão, pessoas com raiva, que seria fonte potencial de conflito e migrações forçadas, como vimos em 2007 e 2008, quando eclodiram distúrbios em 22 países de todos os continentes devido ao rápido aumento nos preços dos alimentos”, acrescentou.


(IPS/Envolverde)

FONTE: Envolverde

sábado, 14 de novembro de 2009

Brasil – 120 anos de República (1889/2009)


15 de novembro - Brasil – 120 anos de República (1889/2009)

DOSSIÊ:

120 anos de república – no dia 15 de novembro de 2009, O Brasil comemora o 120º aniversário do regime fundado pelo marechal Deodoro da Fonseca (1889/1891). O presidencialismo brasileiro, porém, não primou exatamente por suas credenciais republicanas.

Ao longo dos seus 100 primeiros anos, nada menos que 49 foram de governos não eleito pelo voto popular.

Na verdade uma República que nem sempre foi guiada pelas Leis e muito menos esteve a serviço do POVO.

REPÚBLICA – 120 ANOS:

2 GOLPES;
1 REVOLUÇÃO;
15 MILITARES NO COMANDO;
27 CIVIS NO PODER;
7 PRESIDENTES SEM VOTOS;
4 DEPOSTOS;
9 ELEIÇÕES INDIRETAS;
20 DIRETAS;
6 CHEFES DA NAÇÃO MORTOS;
71 ANOS DE GOVERNOS ELEITOS PELO POVO;
49 ANOS DE GOVERNOS INDICADOS POR MINORIAS;
21 ANOS DE GOVERNO MILITAR;

OS PRESIDENTES:

21 Advogados;
2 Jornalistas;
1 Médico;
1 Engenheiro;
1 Sociólogo;
1 Metalúrgico;
6 Marechais;
6 Generais (inclui os da Juntas Militares);
2 Almirantes;
1 Brigadeiro;

Compreende-se, diante desse levantamento, por que ser “republicano” ainda é uma distinção no Brasil. Republicanos passaram a ser aqueles que denunciam o paradoxo que por ai vigora: construiu-se, sem povo e sem observância às leis, um regime que necessariamente teria que repousar sobre esses dois pilares.

Não bastasse essa contradição, os últimos 120 anos do calendário político se basearam na usurpação do patrimônio coletivo e na noção de que o Estado é um instrumento para obtenção de vantagens individuais, mais duas práticas que são a negação da essência do regime.

O que a história mostra é que a República caminhou no sentido oposto aos preceitos que supostamente a inspiram. O exemplo mais candente é o de Deodoro da Fonseca, marechal que simbolicamente liderou o processo que livrou o Brasil da monarquia.
Foi o primeiro presidente da nação, de início com poderes ditatoriais. Na fase constitucional de seu governo, esse quase herói tentou dar um golpe na República que proclamou, inaugurou uma era de censuras à imprensa e fechou o Congresso. AO FIM, RENUNCIOU.

Depois de Deodoro, muitos outros optaram pelo confronto com a legalidade. Getúlio Vargas foi empossado pela Revolução de 30.Não bastasse enraizar – se no poder, Vargas dissolveu o Congresso para outorgar uma nova Constituição que garantia sua permanência.

A legalidade, base de República, foi muitas outras vezes vilipendiada. Linhas sucessórias foram desrespeitadas, como no caso do vice de Jânio Quadros, João Goulart, impedido de assumir em 1961, depois da renúncia do titular.

Outro fundamento da República é a participação popular, também uma condição básica da liberdade dos cidadãos. Dos 120 anos de República brasileira, porém, só 71 tiveram um governo diretamente eleito pelo voto do povo.

Pode – se argumentar que os 49 anos sob a égide de eleições indiretas não significaram necessariamente a exclusão do povo, pois há Repúblicas em que o voto parlamentar é representativo. Mas não é esse o caso do Brasil, que viveu 21 anos sob uma ditadura militar (1964/1985) e outros 15 anos sob as artimanhas da era Getúlio, ora revolucionária, ora constitucional e, na maior parte do tempo, um bicho estranho ao real sentido do Estado de Direito.

As ditaduras são uma mácula no país, mas não apenas elas. Várias vezes a exceção prevaleceu sobre a regra, em episódios envolvendo, especialmente, ministros e presidentes militares.
Foram 15 os chefes da nação que, em vez de uma profissão, ostentaram uma patente.
Hermes da Fonseca, que governou entre 1910 e 1914, foi eleito pelo povo; uma exceção, já que a constelação de marechais, generais e almirantes que em diferentes momentos usaram com desembaraço a faixa presidencial não se submeteu a esse ritual.

O país teve 27 civis no comando, 21 deles advogados de formação. Só depois de 1985, houve uma diversificação de ofícios.

Civis ou militares, porém, muitos atentaram contra a essência do republicanismo. É que em boa parte do período que vai de 1889 a 2009 quem governou a República não foram só ditadores e indivíduos eleitos, alguns justos, outros aventureiros e uns tantos tipos messiânicos.
No comando do país estiveram também a corrupção e o patrimonialismo, que são os outros nomes de usurpação do patrimônio público e do uso do Estado para obtenção de vantagens individuais.

Liliana Pinheiro – Editora da Revista História Viva.

RAIO X

15 Militares no comando (inclui nomes das duas juntas militares);
2 Presidentes com média de tempo no poder de 2 anos e 9 meses;
20 eleições diretas;
1 Presidente em regime parlamentarista;
2 Presidentes eleitos ou Vices não empossados (morte, doença);
4 Presidentes empossados e depostos;
3 Presidentes que renunciaram;
40 Civis no comando (inclui os eleitos, convocados e indicados);
9 eleições indiretas (votações no Congresso Nacional);
7 Chefes da nação sem um único voto (exclui sucessores constitucionais, como vices e presidentes do Legislativo e do Judiciário);
2 Presidentes empossados que morreram no cargo;
6 Presidentes que cumpriram mais de uma gestão (por reeleição consecutiva ou não, substituição ou por golpe e outros atos de exceção).

O POVO E O PODER:

71 ANOS - Governos eleitos pelo voto popular ( incluindo vices e sucessores constitucionais);
49 ANOS - Governos eleitos de forma indireta ou por atos de exceção.

CURIOSIDADES:

O Presidente mais velho foi Tancredo Neves, escolhido aos 75 anos. Morreu antes de tomar posse;

O Presidente mais novo foi Fernando Collor de Mello, eleito aos 40 anos. Renunciou para escapar do impeachment;

A média de idade dos Presidentes que chegaram ao poder é de 57 anos;

Getúlio Vargas foi o que ficou mais tempo no poder: 18 anos, contando a fase de revolução, o golpe do Estado Novo e o mandato por eleição direta;

Fernando Henrique Cardoso foi o segundo mais longevo, com oito anos de governo democrático;

Luiz Inácio Lula da Silva é o terceiro mais resistente, com sete anos de gestão democrática, e caminha para o empate com FHC;

Carlos Luz teve o mais curto mandato da história: três dias. Substituiu o Vice de Vargas em 1955, pois era o terceiro na linha sucessória. Acabou deposto por um dispositivo militar.

FONTE: REVISTA HISTÓRIA VIVA – ANO VI. Nº73

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Deputados aprovam lei antifumo no Rio Grande do Sul


Deputados aprovam lei antifumo no Rio Grande do Sul


A Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou nesta terça-feira, com 41 votos favoráveis e dois contrários, um projeto de lei que proíbe o fumo de tabaco e similares em ambientes coletivos fechados em todo o Estado. O projeto agora segue para sanção da governadora Yeda Crusius (PSDB).


A medida exclui a proibição aos locais de culto religioso, onde o fumo faz parte do ritual, e autoriza a criação de fumódromos. O projeto permite também o fumo em residências e ambientes ao ar livre.


Apesar de permitir a criação de fumódromos, o projeto exige que os estabelecimentos criem ambientes com "soluções técnicas que garantam plenamente a exaustão do ar desta área para o ambiente externo".


"Esta foi uma tentativa de construir consenso sobre o tema na sociedade gaúcha, reduzindo a exposição das pessoas, principalmente as não fumantes, à fumaça do cigarro que é tão prejudicial à saúde. No entanto, nossa proposta não poderia ser a mesma de outros Estados, considerando a importância da cultura do fumo no setor primário de nosso Estado, que é responsável por mais da metade da produção nacional", afirmou o deputado Miki Breier (PSB), autor do projeto de lei.


O texto define como ambiente coletivo fechado: os ambientes de trabalho, de estudo, de cultura, de lazer, de esporte e de entretenimento, áreas comuns de condomínios, casas de espetáculos, teatros, cinemas, bares, lanchonetes, boates, restaurantes, praças de alimentação, hotéis, pousadas, centros comerciais, bancos e similares, supermercados, açougues, padarias, farmácias e drogarias, repartições públicas, instituições de saúde, escolas, museus, bibliotecas, espaços de feiras e exposições, veículos públicos ou privados de transporte coletivo, e veículos oficiais de qualquer espécie.


Em São Paulo, a lei antifumo entrou em vigor em agosto deste ano. Já no Rio, a lei começa a valer a partir de novembro. Outros Estados que adotaram a medida são o Paraná, o Espírito Santo e Rondônia.


Folha Online.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Peixes também sentem dor


Peixes também sentem dor
Animais sentem medo e sensação consciente de desconforto

© Katrina Brown/Shutterstock



Muitos fãs de receitas culinárias preparadas peixes e frutos do mar costumam alardear a idéia popular de que tanto esses animais não sentem dor. Um novo estudo, entretanto, sugere que eles possuem sistemas nervosos mais complexos do que pensávamos e sua consciência das sensações dolorosas pode ser, evolucionariamente, muito mais antiga do que suspeitávamos. Ou seja: eles sofrem quando são feridos e mortos.

O pesquisador Joseph Garner, da Universidade de Purdue, na Noruega, que acompanhou peixinhos dourados, mostrou que esses animais experimentam a dor de forma consciente – e não apenas reagem a um reflexo, como quando uma pessoa recolhe o pé depois de pisar em um prego (antes mesmo de estar consciente da sensação). Nesse estudo, os biólogos descobriram que o peixinho dourado que recebia uma injeção de salina e era exposto a um grau doloroso de calor, em um tanque de teste, ficava flutuando em um único ponto quando recolocado em seu próprio tanque. Garner identifica isso como um “comportamento de medo e evasão”. Segundo ele, tal reação é cognitiva e não resultante de reflexos. Outros peixes, depois de receber uma injeção de morfina que bloqueava o impacto da dor, não mostraram esse comportamento.

Embora as descobertas de Garner combinem um trabalho anterior que sugeriu que esses animais podem sentir dor, alguns especialistas não estão convencidos de que a reação não foi resultado apenas uma reação de escape instintivo. Mesmo assim, o novo estudo cria preocupações éticas. “Precisamos nos responsabilizar por nossas escolhas; se usamos animais nos experimentos e também os comemos é importante entender as conseqüências e o alcance de nossas ações”, diz Garner.


FONTE:UOL