terça-feira, 10 de maio de 2011

Árvore e floresta

Agora, acho, vai. A Câmara de Deputados deve votar hoje o novo Código Florestal. Será um avanço. Possivelmente para trás. Mesmo assim, um avanço. Servirá, dizem, ao progresso. No Brasil, tudo o que recua serve ao progresso. Faz parte da nossa dialética tropical. A vida é como fazer xixi na tampa do vaso. Parece improvável. Mas é tudo questão de ponto de vista ou de viés. O relator do projeto, deputado Aldo Rebelo, antigo defensor da pureza da língua portuguesa e velho comunista de linha albanesa, embora com boas relações com a Coca-Cola e o McDonald''s, defende medidas que, favorecendo a agricultura familiar, farão a felicidade do agronegócio. Jamais se viu síntese tão perfeita nem tamanha prova do fim da luta de classes. Aldo Rebelo continua comunista por hábito.

Ou por marketing. O novo código deve legalizar o que caiu na ilegalidade por força de uma lei jamais cumprida. É incrível como os ruralistas podem utilizar métodos que condenam no MST. Descumprem a lei, criam o fato consumado e forçam os poderes constituídos a agirem para recolocá-los na legalidade. Fizeram assim com os transgênicos. O fundamento dessa postura é simples: leis burras, ineficazes ou injustas não devem ou não podem ser cumpridas. Tenho a impressão de que o MST concorda em grau, gênero e número. O novo Código Florestal deve anistiar quem desmatou a partir de 2002. Afinal, antes disso, desmatar chegou a ser até uma obrigação. Como a anistia está vindo a galope, no máximo em troca de uma promessa de reflorestamento em 20 anos, teve muita gente procurando aumentar a sua ilegalidade nas últimas semanas para se tornar legal com bons motivos desde esta noite.

Essa anistia, insistem seus defensores, não pode e não deve ser chamada de anistia, pois não seria justo chamar de anistia uma anistia considerada justa e necessária. Ruralistas, que se consideram os verdadeiros ambientalistas, não querem saber de reserva legal nem de manter 30 metros de proteção à margem de cursos de água com 5 metros de largura. Alegam que isso não tem valor científico. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência bombardeou o projeto e, apesar do seu nome, está sendo acusada de retrocesso. Rebelo já disse que não há cientificidade em certas medidas para Áreas de Proteção Permanente. Há ruralistas rechaçando ambientalistas e cientistas em nome do saber. Quem os contraria, é rotulado prontamente de ignorante. Nesse combate, uns veem a floresta. Outros, apenas árvores.

A anistia, que poderá ser confirmada com alguma maquiagem nesta terça-feira, também poderia ser chamada de triunfo da impunidade. O Brasil é o país da impunidade com as prisões abarrotadas. Não é raro, embora divertido, ouvir um beneficiado pela impunidade discursando a favor de mais punição. Nosso novo Código Florestal tem tudo para ser uma consagração da motosserra, o símbolo por excelência da civilização moderna e do progresso, antes do surgimento de uma nova ciência "obscurantista", a ecologia. Mais uma vez, temos a luta de eco e agrochatos.

Juremir Machado da Silva
juremir@correiodopovo.com.





quinta-feira, 7 de abril de 2011

11 benefícios da caminhada para o corpo e a mente

Ela controla a pressão, diabetes, protege contra demência e ainda emagrece

Por Fernando Menezes

Você conhece algum exercício mais fácil de praticar do que a caminhada? Ela não exige habilidade, é barata, pode ser feito praticamente a qualquer hora do dia, não tem restrição de idade e ainda pode ser feita dentro de casa se a pessoa tiver uma esteira. "Para uma pessoa que não pratica nenhum tipo de esporte, uma caminhada de 10 minutos por dia já provoca efeitos perceptíveis ao corpo, depois de apenas uma semana, explica o fisiologista do esporte Paulo Correia, da Unifesp. Além da melhora do condicionamento físico, as vantagens de caminhar para a saúde do corpo e da mente são muitas, e comprovadas pela ciência. O Minha Vida reuniu 11 benefícios que esse hábito pode fazer para você. Confira aqui e movimente-se:

1.Melhora a circulação


Um estudo feito pela USP, de Ribeirão Preto, provou que caminhar durante aproximadamente 40 minutos é capaz de reduzir a pressão arterial durante 24 horas após o término do exercício. Isso acontece porque durante a prática do exercício, o fluxo de sangue aumenta, levando os vasos sanguíneos a se expandirem, diminuindo a pressão.


Além disso, a caminhada faz com que a as válvulas do coração trabalhem mais, melhorando a circulação de hemoglobina a e oxigenação do corpo. "Com o maior bombeamento de sangue para o pulmão, o sangue fica mais rico em oxigênio. Somado a isso, a caminhada também faz as artérias, veias e vasos capilares se dilatarem, tornando o transporte de oxigênio mais eficiente às partes periféricas do organismo, como braços e pernas", explica o fisiologista Paulo Correia.


2.Deixa o pulmão mais eficiente


O pulmão também é bastante beneficiado quando caminhamos. De acordo com Paulo Correia, as trocas gasosas que ocorrem nesse órgão passam a ser mais poderosas quando caminhamos com frequência. Isso faz com que uma quantidade maior de impurezas saia do pulmão, deixando-o mais livre de catarros e poeiras.
"A prática da caminhada, se aconselhada por um médico, pode ajudar também a dilatar os brônquios e prevenir algumas inflamações nas vias aéreas, como bronquite. Em alguns casos mais simples, ela tem o mesmo efeito de um xarope bronco dilatador", explica.


3. Combate a osteoporose


O impacto dos pés com o chão tem efeito benéfico aos ossos. A compressão dos ossos da perna, e a movimentação de todo o esqueleto durante uma caminhada faz com que haja uma maior quantidade estímulos elétricos em nossos ossos, chamados de piezelétrico. Esse estímulo facilita a absorção de cálcio, deixando os ossos mais resistentes e menos propensos a sofrerem com a osteoporose.


"Na fase inicial da perda de massa óssea, a caminhada é uma boa maneira de fortalecer os ossos. Mesmo assim, quando o quadro já é de osteoporose, andar frequentemente pode diminuir o avanço da doença", diz o fisiologista da Unifesp.


4. Afasta a depressão

 
Durante a caminhada, nosso corpo libera uma quantidade maior de endorfina, hormônio produzido pela hipófise, responsável pela sensação de alegria e relaxamento. Quando uma pessoa começa a praticar exercícios, ela automaticamente produz endorfina.

Depois de um tempo, é preciso praticar ainda mais exercícios para sentir o efeito benéfico do hormônio. "Começar a caminhar é o inicio de um círculo vicioso. Quando mais você caminha, mais endorfina seu organismo produz, o que te dá mais ânimo. Esse relaxamento também faz com que você esteja preparado para passar cada vez mais tempo caminhando", explica Paulo Correia.


5. Aumenta a sensação de bem-estar


Uma breve caminhada em áreas verdes, como parques e jardins, pode melhorar significativamente a saúde mental, trazendo benefícios para o humor e a autoestima, de acordo com um estudo feito pela Universidade de Essex, no Reino Unido.


Comparando dados de 1,2 mil pessoas de diferentes idades, gêneros e status de saúde mental, os pesquisadores descobriram que aqueles que se envolviam em caminhadas ao ar livre e também, ciclismo, jardinagem, pesca, canoagem, equitação e agricultura, apresentavam efeitos positivos em relação ao humor e à autoestima, mesmo que essas atividades fossem praticadas por apenas alguns minutos diários.


"Caminhar diariamente é um ótimo exercício para deixar o corpo em forma, melhorar a saúde e retardar o envelhecimento."


6. Deixa o cérebro mais saudável


Caminhar diariamente é um ótimo exercício para deixar o corpo em forma, melhorar a saúde e retardar o envelhecimento. Entretanto, um novo estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, mostra que esse efeito antienvelhecimento do exercício pode ser possível também em relação ao cérebro, ao aumentar seus circuitos e reduzir os riscos de problemas de memória e de atenção. "Os estímulos que recebemos quando caminhamos aumento a nossa coordenação e fazem com que nosso cérebro seja capaz de responder a cada vez mais estímulos, sejam eles visuais, táteis, sonoros e olfativos", comenta Paulo Correia.


Outro estudo feito pela Universidade de Pittsburgh, afirma que as pessoas que caminham em média 10 quilômetros por semana apresentam metade dos riscos de ter uma diminuição no volume cerebral. Isso pode ser um fator decisivo na prevenção de vários tipos de demência, inclusive a doença de Alzheimer, que mata lentamente as células cerebrais.


7. Diminui a sonolência


A caminhada durante o dia faz com que o nosso corpo tenha um pico na produção de substâncias estimulantes, como a adrenalina. Essa substância deixa o corpo mais disposto durante as horas subsequentes ao exercício. Somado a isso, a caminhada melhora a qualidade do sono de noite.

"Como o corpo inteiro passa a gastar energia durante uma caminhada, o nosso organismo adormece mais rapidamente no final do dia. Por isso, poucas pessoas que caminham frequentemente têm insônia e, consequentemente, não tem sonolência no dia seguinte", completa o especialista da Unifesp.


8. Mantém o peso em equilíbrio e emagrece


Esse talvez seja o benefício mais famoso da caminhada. "É claro que caminhar emagrece. Se você está acostumado a gastar uma determinada quantidade de energia e começa a caminhar, o seu corpo passa a ter uma maior demanda calórica que causa uma queima de gorduras localizadas", afirma Paulo Correia.


E o papel da caminhada na perda de peso não para por aí. Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, mostrou que, mesmo horas depois do exercício, a pessoa continua a emagrecer devido à aceleração do metabolismo causada pelo aumento na circulação, respiração e atividade muscular.
A conclusão foi de que os músculos dos atletas convertem constantemente mais energia em calor do que os de indivíduos sedentários. Isso ocorre porque quem faz um treinamento intensivo de resistência, como é o caso da caminhada, tem um metabolismo mais acelerado.


9. Controla a vontade de comer


Um estudo recente feito por pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, sugere que fazer caminhadas pode conter o vício pelo chocolate. Durante o estudo, foram avaliadas 25 pessoas que consumiam uma quantidade de pelo menos 100 gramas por dia de chocolate. Os chocólatras tiveram que renunciar ao consumo do doce e foram divididos em dois grupos, sendo que um deles faria uma caminhada diária.


Os pesquisadores perceberam que não comer o chocolate, juntamente com o estresse provocado pelo dia a dia, aumentava a vontade de consumir o doce. Mas, uma caminhada de 15 minutos em uma esteira proporciona uma redução significativa da vontade pela guloseima.
"Além de ocupar o tempo com outra coisa que não seja a comida, a caminhada libera hormônios, como a endorfina, que relaxam e combatem o estresse, efeito que muitas pessoas buscam compulsivamente na comida", afirma Paulo Correia.


10. Protege contra derrames e infartos


Quem anda mantém a saúde protegida das doenças cardiovasculares. Por ajudar a controlar a pressão sanguínea, caminhar é um fator de proteção contra derrames e infarto. "Os vasos ficam mais elásticos e mais propícios a se dilatarem quando há alguma obstrução. Isso impede que as artérias parem de transportar sangue ou entupam", diz Paulo.
A caminhada também regula os níveis de colesterol no corpo. Ela age tanto na diminuição na produção de gorduras ruins ao organismo, que têm mais facilidade de se acumular nas paredes dos vasos sanguíneos e por isso causar derrames e infartos, como no aumento na produção de HDL, mais conhecido como colesterol bom.


11. Diabetes


A insulina, substância que é responsável pela absorção de glicose pelas células do corpo, é produzida em maior quantidade durante a prática da caminhada, já que a atividade do pâncreas e do fígado são estimuladas durante a caminhada devido à maior circulação de sangue em todos os órgãos.


Outro ponto importante é que o treinamento aeróbico intenso produzido pela caminhada é capaz de reverter a resistência à insulina, um fator importante para o desenvolvimento de diabetes. Assim fica comprovado que os exercícios têm ainda mais benefícios contra o mal do que se pensava anteriormente.
"Quanto maior a quantidade de insulina no sangue, maior a capacidade das células absorverem a glicose. Quando esse açúcar está circulando livremente no sangue, pode causar diabetes", explica o fisiologista da Unifesp.






segunda-feira, 28 de março de 2011

A degradação do espaço escolar

FONTE: Jornal Correio do Povo -  Editorial -  SEGUNDA-FEIRA, 28 DE MARÇO DE 2011

As autoridades e a comunidade escolar estão encontrando muitas dificuldades para que as escolas públicas sejam apenas aquilo que elas sempre deveriam e devem ser: um espaço de aprendizado para nossas crianças e nossos adolescentes. Têm-se tornado cada vez mais comuns as notícias sobre agressões entre colegas e até mesmo contra professores e membros do corpo diretivo. Em Porto Alegre, foi bastante divulgado o caso de um estudante que agrediu violentamente a professora por causa de uma nota baixa, algo inadmissível e inaceitável para os padrões de uma sociedade civilizada.


São muitos os motivos que levaram a que chegássemos ao atual estágio. Os professores estão cada vez mais desmotivados pelo estresse dos baixos salários e das condições de trabalho, com a autoestima em baixa. Além disso, sofrem um processo de desmoralização constante com a perda da autoridade em sala de aula, tendo que se submeter a uma tirania hierárquica que os transforma em peças sem valor de uma engrenagem obsoleta. Também a aprovação automática, que virou rotina, faz com que os mestres sejam obrigados a aprovar alunos sem condições de avançar. Outro ponto está no fato de que a educação só é prioridade nos discursos dos candidatos, que, quando assumem seus cargos, veem-na apenas como despesa e não como investimento.


A falta de qualidade da atual educação pública acaba se constituindo numa punição extra para as famílias de baixa renda. Como elas não podem ofertar aos seus filhos um ensino de melhor qualidade, acabam por não ter alternativas para que eles possam ter uma formação melhor e pleitear melhores oportunidades no futuro.


O atual cenário do ensino público não irá melhorar se as diretrizes, os recursos, a passividade e a permissividade continuarem nos patamares atuais. Com um dos piores desempenhos do mundo no segmento escolar, o país continuará perdendo chances de desenvolvimento enquanto a educação brasileira continuar a ser um arremedo de um sistema educacional verdadeiro.

Progresso e atraso

Tudo pode virar. O progresso virou atraso. Quem te viu e quem te vê? O principal defensor do novo Código Florestal, que parece só favorecer os ruralistas, é o comunista Aldo Rebelo. O PC do B não é mais o mesmo desde que passou a ser financiado pela Coca-Cola e pelo Mc Donald''s. De olho na Copa do Mundo e nos Jogos Olímpicos, as duas marcas americanas resolveram ajudar o comunismo tropical, que, com o ministro dos Esportes, controla essa área sensível para os interesses do capitalismo ianque. Gostaram desse ianque? Aldo Rebelo é o mesmo que pretendia proibir a invasão de termos estrangeiros na língua portuguesa. Os comunistas do socialismo real, esse que aconteceu na URSS e na China, nunca deram muita bola para a natureza. O negócio deles era o produtivismo.


O mundo anda rápido. Boa parte dos defensores do progresso a qualquer custo não percebeu a mudança: o progresso virou sinônimo de atraso. Progresso hoje é preservar o verde. Atraso é desmatar para plantar soja. Progresso é proteger o meio ambiente. Atraso é derrubar a mata para melhorar as estatísticas e satisfazer o mercado internacional. Progresso é não ceder 1 centímetro em relação às áreas de preservação permanente. Atraso é plantar em beira de rio e construir em encosta de morro. A expressão mais pura do atraso no Brasil atual é a Confederação Nacional da Agricultura da senadora Kátia Abreu. Aldo Rebelo poderia ser vice-presidente da CNA. O filósofo Michel Maffesoli jamais teve dúvidas: capitalismo e comunismo comungam um mesmo ideal: o produtivismo, cuja essência é o progresso à custa da natureza. Os agrochatos anacrônicos não querem nem saber.


O novo Código Florestal pode nascer retrógrado. Reduz as áreas de proteção permanente e dá anistia ampla, geral e irrestrita aos desmatadores de ontem, esses coitados que derrubam a Amazônia e a Mata Atlântica em nome da nossa segurança alimentar. Os progressistas tropicais admiram cidades de puro concreto e arranha-céus como Dubai. Certamente admiram também o autoritarismo vigente nesses lugares bizarros. É a cultura desses lugares hediondos que são os shopping centers, essas fortalezas brutas de concreto onde o clima natural foi substituído pela frieza artificial do ar-condicionado e pela estética asséptica dos aeroportos e dos hospitais de luxo, coisas que cidades de beleza clássica, mas ousada, como Paris, Londres e Viena, mantêm a distância calculada como obras da nova invasão dos bárbaros pós-modernos.


Tudo vira. Sempre que alguém saca a palavra progresso, pode-se ter certeza de que se trata de um conservador determinado a manter tudo como está, salvo o meio ambiente. O mundo das palavras é assim. Estranho. A palavra liberdade passou a ser sinônimo de defesa da desigualdade. Estou sendo chato? É verdade. Tenho mania de falar de coisas sérias e enfadonhas. Bem que eu poderia aproveitar melhor este espaço tratando de jogos emocionantes e profundamente inteligentes como o "BBB11". O problema é que não consigo acompanhar. Minha inteligência não alcança essa lógica do divertimento progressista.


Juremir Machado da Silva

juremir@correiodopovo.com.br


















terça-feira, 15 de março de 2011

Por uma energia mais limpa


A recente ameaça de um acidente nuclear no Japão reacendeu a discussão sobre a segurança nas localidades próximas a usinas nucleares. Nesse cenário, vale a pena trazer à tona a reflexão sobre os benefícios de investir mais em energias renováveis.
As usinas nucleares e as termoelétricas são fontes de energia não renováveis, pois têm reservas finitas (combustíveis fósseis como gasolina, petróleo, gás natural ou carvão no caso das termoelétricas e urânio ou plutônio nas nucleares). Já as fontes de energias renováveis são originadas graças ao fluxo contínuo de energia proveniente da natureza.
A energia retirada de fontes renováveis é considerada energia limpa, pois não gera substâncias poluentes ao meio ambiente como resultado do processo. Os principais recursos naturais utilizados na obtenção de energia limpa são:

Sol: energia solar

Vento: energia eólica


Rios e correntes de água doce: energia hidráulica


Marés e oceanos: energia mareomotriz e energia das ondas


Matéria orgânica: biomassa


Calor da Terra: energia geotérmica


O Brasil é riquíssimo em fontes de energias renováveis, que poderiam ser melhor e mais utilizadas. Na nossa matriz energética, representação quantitativa da quantidade de recursos energéticos, 45,3% da produção é proveniente de fontes como recursos hídricos, biomassa e etanol, além das energias eólica e solar. As usinas hidrelétricas são responsáveis pela geração de mais de 75% da eletricidade do país.

De acordo com o coronel aviador Jomari Toscano Dantas, autor do estudo "Energia Renovável: uma alternativa brasileira", apresentado na pós-graduação da Escola Superior de Guerra, o Brasil poderia ter ganhos na área energética expandindo projetos de energia eólica, energia solar e biomassa. O especialista cita, por exemplo, o aproveitamento da energia da água por mini hídricas, utilizando pequenos rios para obtenção da energia necessária para localidades menores, deixando as grandes hidrelétricas para os parques industriais. Essas pequenas centrais hidrelétricas causam menor impacto ambiental do que as grandes usinas e ainda colaboram para reduzir o êxodo para as grandes cidades.
"O Brasil conta com condições excepcionais para o cultivo de biomassa, apresenta uma cobertura solar favorável e extensão de terra não é problema por aqui", lista o coronel Jomari. "A situação brasileira de potencial renovável é privilegiada".


Grande potencial
O estudo Revolução Energética, divulgado no final de 2010 pelo Greenpeace, em parceria com especialistas do setor, mostra que o Brasil tem potencial para tornar-se 93% renovável nos próximos 40 anos, com investimentos em energia limpa. Pelas projeções do relatório, 26,4% da energia que consumiremos será solar e eólica.

De acordo com o Greenpeace, a estratégia para viabilizar essa "revolução" pode ser a mudança na legislação do setor elétrico. A aprovação do Projeto de Lei 630/2003, que está em tramitação na Câmara prevê, por exemplo, a realização obrigatória de leilões anuais de energia eólica e de biomassa e a criação de um fundo para financiar pesquisa e tecnologia para energias limpas.


Para continuar a refletir sobre o tema:

Relatório Revolução Energética, do Greenpeace - http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/A-revolucao-brasileira/

Portal Brasileiro de Energias Renováveis- http://www.energiarenovavel.org/


Imagem: Greenpeace



sexta-feira, 11 de março de 2011

Número de brasileiros acima do peso cresce em 1,5% por ano, diz pesquisa

Fonte: Globo Reporter - Edição do dia 11/03/2011


A pesquisa, realizada em 27 capitais, registra que hoje 52,1% da população masculina e 44,3% da feminina estão com o IMC acima da média.
Isabela Assumpção
São Paulo, SP

O Brasil dos anos 70 era um país bem diferente, mas nós crescemos, nos modernizamos e engordamos. Quem imaginaria que, nestes 40 anos, um em cada dois brasileiros sofreria com o excesso de peso? A estatística inédita do Ministério da Saúde revela dados alarmantes. A cada ano, cresce em 1,5% o número de brasileiros acima do peso. E nesse panorama, os homens aparecem em maior número do que as mulheres. Tem mais homens fora de forma do que mulheres.
Desde 2006, o índice de brasileiros gordos ou obesos é maior do que o índice das brasileiras. A pesquisa, realizada em 27 capitais, registra que hoje 52,1% da população masculina e 44,3% da feminina estão com o Índice de Massa Corporal (IMC) acima da média. Esse índice calcula o peso ideal de uma pessoa a partir da altura, idade e peso. Será que esse Brasil gordo vai conseguir diminuir os excessos e entrar em forma?



Um homem Inteligente Falando das Mulheres


O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.
Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!'
Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

Habitat:
Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

Alimentação correta:
Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo' no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.

Flores:
Também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.


Respeite a natureza:
Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram , gostam de falar do próprio dia, discutir a relação? Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso. Não tolha a sua vaidade É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom... Cérebro feminino não é um mito
Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres. Não faça sombra sobre ela.
Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.

Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.
É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay.
Só tem mulher quem pode!

 Luiz Fernando Veríssimo



quarta-feira, 9 de março de 2011

Votação do Código Florestal é adiada

    Após semanas de embates na Câmara dos Deputados envolvendo ruralistas e ambientalistas sobre o relatório do novo Código Florestal, elaborado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), quarta-feira (dia 2) teve fim o primeiro round da disputa.
    Após uma reunião dos parlamentares com o presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), o projeto foi retirado da pauta de votações do dia 22 de março, quando iria à apreciação do plenário.
    Agora o relatório do novo Código Florestal precisará passar por uma comissão formada por representantes da bancada ruralista, ambientalistas, representantes do governo e da oposição antes de ser votado.
     Vice-líder do PT na Câmara, Fernando Marroni, elogiou a decisão de adiar a votação da proposta. Segundo ele, é preciso evitar que o relatório seja votado sob pressão para que não ocorram distorções que possam resultar em prejuízos futuros.
   “Vamos continuar debatendo o novo Código Florestal com a sociedade e os setores envolvidos neste processo”, disse o deputado, que estuda o relatório de Aldo Rebelo com o objetivo de estabelecer a posição da bancada petista em relação ao tema.













quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Contra o tabagismo


  Cada um deve ter o direito de se matar do jeito que bem entender. Afinal, vivemos em democracias liberais. Mas não pode tentar levar junto seus colegas, amigos, amores ou simples conhecidos. O mundo anda cada vez mais bizarro. O leitor Renato Sant''Anna me chamou a atenção para o processo no Tribunal do Banco Mundial, movido pela Philip Morris, contra as políticas antitabagismo do Uruguai. A poderosa empresa americana de cigarros acha-se prejudicada nos seus ganhos pelas decisões das autoridades uruguaias. Consta que, em três anos, 115 mil hermanos deixaram de fumar. A Philip Morris não pode aceitar que tantas vítimas escapem assim das suas presas. O Uruguai é pequeno. Mais fácil, quem sabe, de pressionar. Por que a Philip Morris não processa as cidades americanas que estão proibindo fumar em praças?

   Uma das melhores coisas dos últimos anos é o cerco aos fumantes. Os "realistas" diziam que nada mudaria. Riam da ingenuidade dos críticos do tabagismo. Citavam as verbas publicitárias como prova de que a indústria do cigarro ganharia qualquer batalha. Erraram tudo. O Uruguai é que deveria processar a Philip Morris pelos estragos causados ao longo do tempo à população do país. A fúria da empresa é maior na medida em que os uruguaios acabaram com certas propagandas enganosas, como essa história de baixos teores, light, suave e ultralight. Os americanos, quase sempre fundamentalistas em tudo, caminham para a proibição do cigarro. É um erro. Vai gerar tráfico, violência e tudo o que vem com a interdição. Mas o cerco deve continuar e ser impiedoso.
  
   Tenho amigos que fumam. Gosto deles. Quero que tenham vida longa. Espero que encontrem coragem para abandonar esse vício idiota. A Taline Oppitz já largou. O Márcio Beher também. Eu tentei fumar quando era jovem. Era fumaça para todo lado. E nenhum barato. Larguei. Adotei um princípio: nada que cause dependência é legal. Isso não tem a ver com moralismo. É puro desejo de conservar a máquina em dia mais tempo. Até água em excesso faz mal. Comprei a enciclopédia Universalis de um amigo fumante há 15 anos. Tem cheiro de cigarro até hoje. Não dá para abrir. Nada mais patético do que ver grupinhos de pessoas no frio ou praticamente na chuva, embaixo de abas de concreto, só para fumar. Saudades dos tempos panfletários: viva o Uruguai! Abaixo a Philip Morris! Precisamos planejar o futuro daqueles que hoje vivem do fumo no Rio Grande do Sul. É preciso encontrar logo culturas de substituição. O fumo vai virar fumaça.

   Apesar dos impostos pesados, o cigarro ainda é muito barato. A Philip Morris ajuda a produzir doentes que vão parar em hospitais públicos. O Uruguai deve reclamar indenização pelos doentes que já cuidou e pelos que continua cuidando. E dizer que um dia foi possível dar aula fumando, apresentar telejornal fumando, entrar em igreja fumando. E dizer que havia quem acreditasse só ser capaz de ter boas ideias fumando, ou seja, praticando uma má ideia. Todo mundo pode deixar de fumar. É só querer.

Juremir Machado da Silva
juremir@correiodopovo.com.br












domingo, 6 de fevereiro de 2011

Irmandade Muçulmana pode substituir Mubarak


                                      POR: JURANDIR SOARES



   O presidente do Egito, Hosni Mubarak, trocou todo o seu governo na esperança de se manter no poder. Não adiantou. Os protestos contra ele continuaram. O que é natural. O povo quer é a mudança do governante, desgastado por 30 anos no cargo. A oposição quer seguir o exemplo da vizinha Tunísia, onde as manifestações populares derrubaram, a 14 de janeiro, o ditador Zine El Abidine Ben Ali. Fala-se que, se Mubarak cair, quem poderia assumir é o Prêmio Nobel da Paz de 2005 e ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei. Ele inclusive foi para o Egito na quinta-feira da semana passada, somando-se aos protestos contra Mubarak. ElBaradei, no entanto, tem pouca identificação com o seu país. Viveu o último quarto de século na Áustria, dedicando a maior parte desse tempo à Aiea, a agência nuclear da Organização das Nações Unidas. Não sedimentou vínculos políticos em seu país, faltando-lhe, portanto, capacidade de aglutinação para conciliar as partes em disputa.

   Outro nome que surge como alternativa, e este com maior força, é o vice-presidente Omar Suleiman. É preciso ressaltar que ele resultou vice na reforma de governo que Mubarak fez na semana passada, porque, até então, ninguém ocupava o cargo. Diferentemente de ElBaradei, Suleiman tem uma ampla atividade política no Egito. Durante muito tempo ele foi o responsável pela política de segurança do país árabe, o que lhe permitiu um amplo relacionamento não só interno, mas também externo. É o homem apontado pelos Estados Unidos para fazer a transição. Aliás, os norte-americanos, que sempre deram apoio a Mubarak, sentiram que não há mais como sustentá-lo. E já indicaram que defendem um governo de transição com Suleiman à frente.

   No entanto, os EUA se dizem defensores da democracia e dos preceitos de liberdade de imprensa e liberdade de ir e de vir. Não era o que Mubarak praticava e, seguramente, não será o que Suleiman ou ElBaradei irão praticar se, simplesmente, um deles for colocado no poder sem a realização de eleição. Aliás, o que se espera é eleição com voto universal, mas sob supervisão internacional. E não eleições controladas, como Mubarak fazia. O problema para os EUA e seus aliados europeus é que, se for realizada eleição no Egito, quem deve vencer facilmente, segundo as previsões, é a Irmandade Muçulmana, maior movimento de oposição. Movimento este que está estruturado não só no Egito, mas em todos os países da região onde há agitação. E aí é que está o problema.

    Estes islâmicos do movimento estão muito mais para o Irã de Ahmadinejd do que para os EUA de Obama. E aí fica o dilema para Washington: como defender a democracia, se esta irá levar ao poder o inimigo. É o preço de não ter avaliado corretamente a durabilidade da autocracia aliada de Mubarak e de tantos outros no mundo árabe, que estão correndo o mesmo perigo.

   Assim é que o problema não é só do Egito, mas de toda a região. Inclusive de Israel. Vale lembrar que o Egito liderou as quatro guerras que o mundo árabe travou contra Israel, desde a fundação do estado judaico em 1948. E, ao assinar o acordo de paz com o Egito, em 1979, Israel trouxe para o seu lado o seu principal inimigo. Assim, o medo, não só de Israel, mas também das monarquias do Golfo Pérsico, é de que no Egito venha a se repetir o que aconteceu no Irã em 1979, ou seja, a Revolução Islâmica que derrubou o xá Mohamed Reza Pahlevi, aliado do Ocidente, e colocou no poder o aiatolá Ruhollah Khomeiny. Uma revolução que provocou uma reviravolta no jogo geopolítico da região.

    O pior para o Ocidente é que no Egito a ascensão dos fundamentalistas islâmicos pode se dar, não por uma revolução, mas pela força do voto. Na Argélia, em 1993, a Irmandade Muçulmana venceu a eleição, mas não levou. Foi impedida de assumir pela força das armas. Assim, não é sem razão que este é mais um dos países do Magreb que enfrenta protestos antigovernamentais.

   Voltando ao Egito, a grande incógnita que se estabelece é com relação ao Exército. A Polícia, se sabe, se vestiu à paisana e foi para as ruas, como se fosse adepta de Mubarak, para enfrentar os opositores, que protestavam pacificamente. O Exército procurou se manter neutro, travando cordial relação com a população, que até flores lhe ofereceu. E foi interessante o chamamento feito pelo porta-voz do Exército aos "netos dos faraós" e aos "construtores das pirâmides", convocando-os ao entendimento. Usou de artimanha para tocar fundo no sentimento da população. No entanto, o Exército marcha cada vez mais para uma encruzilhada: dar sustentação ao presidente, que só quer sair em setembro com nova eleição, ou apoiar os sentimentos populares e destituir Mubarak.
   As pressões internacionais podem evitar esse racha no Exército egípcio, que seria catastrófico. Isto num país que, segundo o embaixador brasileiro no Cairo, Cesário Melantonio Melo, está reduzido a um Estado onde inexiste o direito.


FONTE: Jornal  Correio do Povo -  ANO 116 Nº 129 - PORTO ALEGRE, DOMINGO, 6 DE FEVEREIRO DE 2011








Valores morais em inversão



A sociedade brasileira tem sido brindada com algumas pérolas perigosas que denotam o grau de decomposição de valores morais e éticos, principalmente daquelas diretrizes que deveriam ser de berço. Há uma coletânea de casos chocantes, como os dos rapazes presos após espancar um morador de rua em São Paulo. Para eles, essa ação era permitida porque se tratava de um mendigo e tudo não teria passado de "uma brincadeira".

Esse argumento foi semelhante ao empregado pelos jovens que, há muitos anos, atearam fogo em um índio pataxó que estava dormindo na rua em Brasília. Todos eram de classe média alta, bem-nascidos e com poder aquisitivo. Outros episódios de violência gratuita foram o da agressão de vários jovens a uma doméstica no Rio de Janeiro porque pensaram que ela era uma prostituta e o do ataque homofóbico de um grupo de rapazes a estudantes na avenida Paulista, em São Paulo, só porque supuseram que se tratava de homossexuais. Sem nenhum pudor, tentaram desmentir os fatos gravados por uma câmera.

É preciso repensar os valores que estão sendo passados para nossas crianças e adolescentes. A par da proteção devida, é necessário incutir neles o respeito pelas diferenças e pelo modo de vida de cada um. Além disso, faz-se urgente retomar o papel de uma escola formadora de bons cidadãos, mas tendo claro que esse papel é subsidiário ao dos pais e responsáveis, que não podem delegar tarefas que lhes são próprias.

Diante de acontecimentos nada edificantes, em que jovens são os protagonistas, de pouco vale atitude meramente protecionista. Cobrar responsabilidades e aplicar as punições devidas é parte de um processo pedagógico que servirá para mostrar ao infrator que sua conduta está inadequada. Além disso, mostrar-se-á eficiente para que as vítimas não se sintam desprotegidas.
FONTE:Jornal Correio do Povo - Opinião - ANO 116 Nº 129 - PORTO ALEGRE, DOMINGO, 6 DE FEVEREIRO DE 2011.