quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Por que Serra vai perder para Dilma?

E se eu me empolgasse e virasse o jogo dizendo que não acredito numa vitória da Dilma?


Confira o artigo de Claudio Schamis



Se eu fosse estudante e tivesse prestando prova pro ENEM entraria em desespero total. Vai saber se o cara da banca é petista? E se eu me empolgasse e virasse a mesa dizendo que não acredito numa vitória da Dilma? Será que eu passava? Ou iam alegar que minha redação fugiu do tema proposto? Mas o que é isto? E a liberdade de expressão? Será que nem na redação posso exercer meu papel de cidadão e expressar o que estou sentindo? Poxa, eleitor tem coração! Eleitor sofre, chora. Eleitor vota.


Mas enfim, olha só então a saia justa que me encontro. Me mandaram essa pergunta: e agora, José?


Como o José da questão acima não é o Serra, a missão de analisar a coisa é toda minha. E tentar respondê-la. E para não cometer injustiças fui ao Google para ver se ele me respondia. E até o Google se calou!! Será que até ele? Não, não pode ser. Não o Google. Mas não desisti. Minha busca estava só começando. Liguei para o meu guru, mas ele estava indo tirar seu passaporte. Será que ele já sabe? Depois pensei até em ir às ruas entrevistar algumas pessoas, mas pintou um “mas” e desisti no ato. E aí a resposta talvez pudesse estar num e-mail recebido. Recebi um e-mail me convidando a ouvir o jingle da Dilma. Mas logo o dela? Quem foi que me enviou uma coisa dessas? Amigo não foi. Mas fui escutar. E quando me dei conta estava tamborilando os dedos na mesa e já arriscava alguns passos de dança. Foi nessa hora que vi a luz. Uma luz forte. Ofuscante. A resposta estava ali. Será? E então fui caçar o jingle do Serra. Funk é melhor.


Mas será que apenas uma música de 1 minuto e 25 segundos pode ter esse poder todo? A música é poderosa. Sonora. Forte. E faz até confundir quem é Dilma quem é Lula. Ao final você acaba chegando à conclusão de que Dilma e Lula são a mesma pessoa. Só que uma tem barba e a outra usa saia. Quem sabe até um caso típico de dupla personalidade, não sei. Isso até daria uma pauta para o Fantástico ou mesmo para o Super Pop.


Mas tem de haver algo mais. Não é possível que seja simples assim. Pois perder uma eleição por causa de uma música seria o fim da picada. Tudo bem que o Serra não me passa muita confiança, mas tem a Marina, tem o Plínio, tem o Eymael – o jingle dele é legal. Se a votação fosse pelos jingles, Eymael teria grandes chances. Mas eleição não é música para nossos ouvidos. Muito pelo contrário. É chato. Quem disser que gosta do programa eleitoral gratuito é surdo e não tem a função closed caption na TV.


A verdade é que dói e pode vir a doer mais ainda. Se a profecia da frase for pra valer pode estar também ligada à falta de memória do eleitor, que pensa muitas vezes que, se sobrar algum, seja de que forma for, nem vai se incomodar se eles estão roubando um pouquinho ou um muitinho. Mas experimenta tirar alguma coisa deles? Com certeza virarão bichos-do-mato. E o Lula, o Lulinha paz e amor sempre amado, idolatrado, salve salve se transformará em o monstro do lago Ness, aproveitando a fama internacional dele.


A pergunta então que não quer calar mas que irá calar boa parte do eleitorado pode ter sua explicação corroborada nos marqueteiros que estão por trás deles todos. Lula conseguiu ao longo desses oito anos se fazer popular apesar de todos os escândalos, roubos, gafes, arrogância (em certos casos) que o acompanharam. Lula é um mestre de cerimônias, ou melhor, um animador de auditório. Arriscaria até dizer que ele é uma espécie de mágico, bruxo talvez seja mais apropriado, que conseguiu colocar antolhos em seus eleitores que não conseguem enxergar um palmo ao seu redor. Eles só têm olhos para tudo aquilo que enxergam na frente. Ao redor só escuridão.


Não sei se há tempo ainda para que se faça uma campanha contra o uso de antolhos nessa eleição, ou se poderia se fazer uma vacinação em massa de Memorex, para todos os eleitores.


O fato é que as pesquisas, ah essas pesquisas das quais eu nunca participei, apontam Dilma como vencedora já no primeiro turno, e ela mesma já se apresenta em seus comícios como Presidenta eleita.


Verdade ou mito? Só as urnas poderão nos dizer. A única coisa é que os outros candidatos começam a se ver ameaçados e a usar armas baixas dizendo que aquele partido vai fazer isso e aquilo com o povo. Agora é o momento de mostrar realmente ao que se veio. E Dilma travestida de Lula já mostra que ela veio para continuar o legado, para se transformar numa nova Guia, sem barba, com saia e salto alto. E é disso que o povo gosta. Parece que eles estão simplesmente mostrando e falando o que os eleitores querem ouvir.


E aí pode estar a verdadeira resposta do porque Serra vai perder para a Dilma.


Então, diante desse quadro tão quase sem solução…


Salvem as baleias. Não jogue lixo no chão. Não fume em ambientes fechados.


Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br



Estamos queimando o Brasil: Estado de Emergência Climática


Por Dal Marcondes, da Envolverde

Tem 26.500 focos de incêndios em quase todos os Estados brasileiros, Na Amazônia o Arco do Desmatamento, que vai do Pará a Rondônia é como uma flecha flamejante no coração da Amazônia. As emissoras de TV se aproveitam das imagens dramáticas de animais mortos e tufos enormes de fumaça subindo aos céus. No entanto, pouco se vai a fundo em quem são os responsáveis, a quem interessa esta sandice criminosa não apenas com a Amazônia, mas com todos os biomas brasileiros. O Cerrado também está em chamas. É preciso ir atrás dos criminosos e os expor à execração pública. Mas não, o tema é tratado quase como uma fatalidade. Um acontecimento sazonam previsível e inexorável.
O Brasil está em um Estado de Emergência Climática. Estamos emitindo milhares de toneladas de gases de efeito estufa sem nenhum controle e sem que isso sirva à sociedade brasileira. Quando ligamos uma termelétrica e emitimos CO², é ruim, mas ao menos estamos gerando eletricidade para acender lâmpadas, ligar geladeiras ou ouvir música. Mas o que ligamos ao queimar a floresta? Na verdade, desligamos. Desconectamos o bom senso, deixamos de lado os compromissos com o amanhã e passamos por cima do esforço de milhares de brasileiros e empresas que estão investindo na redução de sua “pegada de carbono”. Damos um tapa na cara das pessoas que deixam seus carros em casa e vão ao trabalho no transporte público, a pé ou de bicicleta. Desligamos o Brasil de seus compromissos internacionais de redução de emissão de gases estufa.
O que mais será preciso para que acordemos dessa letargia em berço esplêndido? Estamos em pleno processo eleitoral e não há comícios, debates, discussões acaloradas sobre o país que queremos, o modelo de desenvolvimento ou como deve ser a gestão disso ou daquilo. As pessoas se recolheram à vida privada e abandonaram os interesses públicos. As queimadas no Brasil são um escândalo ambiental tão grande ou maior do que o desastre da BP no Golfo do México. Milhões de indivíduos da flora e fauna estão morrendo. Não apenas ameaçados, mas morrendo pelo descaso de uma espécie suicida. As cidades no caminho da fumaça estão vivendo dramas humanos de fazer chorar. Crianças morrem sem conseguir respirar. Idosos que poderiam curtir netos por muito tempo estão morrendo por puro descaso não apenas dos governos, mas da sociedade brasileira com a vida.
O Brasil e sua cidadania precisam dar um basta a isso. É preciso parar de queimar o futuro não apenas do País, mas do Planeta em uma atitude absolutamente mesquinha de alguns e da incompetência de outros. Se há um momento em que o Exército deve sair dos quartéis e travar uma guerra é agora. É preciso combater o fogo onde quer que ele esteja. Não é possível continuar a assistir o fogo no Jornal Nacional e, em seguida, passar para a cotação do dólar e para o caso de amor da celebridade de plantão. Como se o incêndio que se alastra pelo País fosse apenas uma notícia de jornal.


Queimar a floresta leva a um profundo desequilíbrio do cliclo hidrológico brasileiro e nos atira em um circulo vicioso onde queima porque não chove e não chove porque queima.
É tempo de eleição. Vamos acordar e votar de forma correta, analisando o Brasil que temos e o Brasil que queremos. É tempo de indignação. Estamos queimando o Brasil. Temos de fazer protestos sobre isso, Grandes protestos que arranquem governantes e políticos de suas mesquinhas agendas eleitorais e os façam se dedicar a resolver esta emergência nacional. (Envolverde)


(Agência Envolverde)







terça-feira, 24 de agosto de 2010

Botânica

 é o estudo da fisiologia, morfologia, ecologia, evolução, anatomia, classificação, doenças, distribuição, dentre outros aspectos das plantas. Esta ciência foi reconhecida como tal em 1979, juntamente com os cursos de Biologia.

A história desta área das ciências naturais nos remete a um passado bem longínquo: sabe-se, por exemplo, que no ano 370 antes de Cristo, um filósofo grego chamado Teofrastus, discípulo de Aristóteles - este que havia classificado as plantas em “com flores” e “sem flores” - escreveu dois tratados: "Sobre a História das Plantas" (Historia Plantarum) e "Sobre as Causas das Plantas".


O alemão Otto Brunfels, no século 16, publicou uma obra denominada Herbarium, com informações precisas sobre algumas espécies de plantas e, dois séculos depois, o botânico sueco Lineu propôs a nomenclatura binomial para identificação, também, deste reino vivo. Seu sistema de classificação era baseado na posição e número de estames na flor. Ambos são considerados como os pais da botânica científica.
Eicher, mais tarde, propôs a subdivisão do Reino Plantae em criptógamas e fanerógamas: plantas sem e com flores, respectivamente. Outro cientista, Engler, propôs a classificação entre talófitas e cormófitas, sendo estas últimas as que possuem raiz, caule e folhas. Atualmente, com o advento da filogenia e avanço da Biologia Molecular, outras formas de classificação vêm sendo propostas.
Em nosso país, o estudo dos vegetais foi impulsionado pela chegada da corte portuguesa, tendo como consequência a criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em 1808, por D. João VI.

Mariana Araguaia


Equipe Brasil Escola

BEBA MAIS ÁGUA E EMAGREÇA

A dieta mais simples do mundo: dois copos d'água antes das refeições



Participantes de pesquisa perderam em média 7 quilos em três meses
O ingrediente da mais nova dieta milagrosa está disponível em qualquer torneira: água. Um estudo realizado pela professora Brenda Davy, PhD em nutrição humana e professora da Universidade Virgina Tech, nos Estados Unidos, afirma que bastam dois copos antes das refeições para perder sete quilos em apenas três meses (média entre as pessoas que participaram da pesquisa).
A cada refeição, a economia seria de 70 a 90 calorias, chegando a quase 300 por dia. O segredo do emagrecimento é simples: a água enche o estômago. Com o estômago cheio, as pessoas sentem menos fome. “As pessoas deviam beber mais água e menos refrigerentes”, disse Brenda ao jornal britânico Daily Mail.


Fonte:http://veja.abril.com.br

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Pesquisadores explicam por que cobras têm "olho de gato"

Carolyn SMC/Creative Commons
Puilas vs melhoprofundidade de campo, ando caça à sa
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

Cientistas acabam de propor uma nova explicação para as pupilas verticais --o popular olho de gato-- de cobras e outros bichos. A característica favoreceria a caça de emboscada, a famosa técnica do "senta e espera".
A conclusão, publicada no "Journal of Evolutionary Biology", contraria a versão mais aceita no meio científico: a de que as pupilas verticais seriam uma adaptação para facilitar as atividades noturnas dos animais.
Os autores não negam que exista uma relação com hábitos noturnos, mas dizem que ela não é fundamental.
"A pupila vertical não basta para a visão noturna. Enxergar à noite tem mais a ver com a ultraestrutura do olho --como a composição da retina e o formato da córnea" diz Ligia Pizzatto, pesquisadora brasileira da Universidade de Sidney (Austrália) e uma das autoras do estudo.
Para chegar ao resultado, o grupo analisou 127 espécies de cobras australianas e cruzou dados sobre formato da pupila, método de caça e horário de atividade.
O resultado mostrou que cobras que caçam ativamente têm pupilas redondas, enquanto as que ficam à espreita da presa costumam ter pupilas verticais.
Por causa de músculos auxiliares, a pupila vertical permite maior controle sobre a contração do olho, regulando a luminosidade e, principalmente, melhorando a profundidade de campo.
Os animais também enxergam com mais foco e definição na horizontal -por onde vêm a maioria das presas. Assim, eles não precisam se movimentar para ver melhor, o que aumenta as chances de sucesso na emboscada.
As pupilas verticais também ajudariam as cobras a se camuflar, pois olhos redondos são um dos maiores indícios da presença dos predadores no ambiente.

Crescimento de plantas cai com secas causadas por aquecimento global

O crescimento de plantas, que havia sido acelerado pelo aquecimento global, foi revertido, embora as temperaturas continuem a aumentar. Isso poderia afetar a segurança alimentar e o desenvolvimento de biocombustíveis.
A quantidade de carbono captada por plantas em crescimento aumentou de 1982 a 1999 com o aumento de temperaturas e de dióxido de carbono na atmosfera.
Mas um novo estudo publicado hoje na revista "Science" mostra que a taxa de crescimento de plantas foi reduzido de 2000 a 2009 devido ao aumento das secas, apesar do contínuo aumento de temperaturas.


À medida que as secas causadas pelo aquecimento reduzem a habilidade do solo de absorver carbono, mais gás carbônico é liberado na atmosfera e, consequentemente, mais aquecimento deve ocorrer, explica Maosheng Zhao, da Universidade de Montana, um dos autores da pesquisa.

"Para nós, isso é uma surpresa e pode afetar políticas ambientais, pois interpretações anteriores sugeriam que o aquecimento global poderia ajudar no crescimento de plantas ao redor do globo", disse Steven W. Running, coautor do estudo e também da Universidade de Montana.

Zhao e Running encontraram um declínio pequeno, mas mensurável, de 1% na taxa de crescimento, comparado com um crescimento de 6% nos anos 80 e 90.

O estudo, baseado em dados coletados por satélites da Nasa (agência espacial americana), mostrou que áreas no Hemisfério Norte continuaram a mostrar altas na taxa de crescimento de plantas graças a temperaturas mais altas e uma estação de produção mais longa. Mas isso é mais que compensando pela seca oriunda do aquecimento no Hemisfério Sul.


"O declínio líquido na produtividade terrestre na última década ilustra que uma relação complexa entre temperatura, chuvas, nuvens e dióxido de carbono, provavelmente agindo juntos com outros fatores, como nutrientes e manejo de terras, determinará padrões futuros e tendências em produtividade", comentou Diane Wickland, gerente do programa Ecologia Terrestre da Nasa.
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/786222-crescimento-de-plantas-cai-com-secas-causadas-por-aquecimento-global.shtml

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Justus?

O retrato de uma época está na cara dos ídolos dos jovens. A nossa época é incrivelmente genial. É preciso falar as coisas francamente e dar nome aos bois. O Brasil, como já se disse, afundou na decadência antes de ter chegado ao topo. Isso não é para qualquer país. Uma pesquisa publicada na revista Veja - que, como se sabe, é completamente cega - mostrou Roberto Justus à frente de Barack Obama e do presidente Lula na preferência da juventude brasileira pesquisada. Segundo uma senhora entrevistada pela Folha.com, ele é um modelo por ser bonito, bem-sucedido, rico e por ser casado com a filha da "garota de Ipanema". A culpa é do Tom e do Vinícius. Quem mandou encher a bola? Seria mais justo que o "tio" Justus fosse casado com a mãe da "garota de Ipanema".

É verdade que a pesquisa ouviu mais jovens da área de administração, o que só revela a riqueza do imaginário dos administradores. Em outra pesquisa, Justus já tinha aparecido à frente de Bernardinho, Luciano Huck, Nizan Guanaes, Caetano Veloso, Felipe Dylon e Fofão. Uau! Não tenho a menor ideia de quem seja Fofão, mas com um nome desses só pode ser uma sumidade. O Dylon, pelo que apurei, é um mauricinho que, tendo tudo na mão prematuramente, acabou internado numa clínica psiquiátrica para "repor potássio". Huhu! Um gênio. Pobre Caetano, reles artista, no meio de uma turma de feras dessas. Já o Luciano Huck é a imagem mais perfeita de uma cultura que se esqueceu de buscar a civilização. Estamos bem arrumados. Nossos jovens não admiram o talento, mas o sucesso, a fama, a visibilidade, a conta bancária.


A senhora entrevistada pela Folha.com para explicar a liderança de Justos saiu-se com esta pérola: "O Roberto representa a ambição de muito jovem universitário". Segundo ela, o apresentador "virou uma espécie de guru dessa geração de jovens". Quando Justus é o guru de uma geração, temos um fenômeno, um fato, um acontecimento. Vou confessar algo espetacular. Já fiz xixi junto com Justus num banheiro de Aeroporto. Lado a lado. Foi uma experiência transcendental, inesquecível, única. Em poucos segundos, pude avaliar a sua empatia. Cheguei a uma conclusão inapelável: Justus é pinto pequeno. No sentido figurado, claro. Perto de um Caetano Veloso. Se alguém queria entender a "sociedade do espetáculo", conceito criado por Guy Debord, aí está. Bem clarinho.

A "sociedade do espetáculo" é quando jovens universitários escolhem Roberto Justus como guru, preferindo-o a artistas como Caetano Veloso ou a políticos com Luiz Inácio e Barack Obama. A sociedade é espetacular quando Fofão, seja quem for, Luciano Huck e Felipe Dylon figuram como modelos para jovens matriculados no ensino superior. Só nos resta apelar para cima e clamar com o coração aos pinotes: Senhor, isso não é Justus. Perdão pelo trocadilho barato, mas, diante dessa dimensão, nada mais há a fazer.

 Quem nos protegerá desses jovens que amanhã nos administrarão? Essa é a geração "eu quero mais é me dar bem". Aí, galera, numa boa, tô fora, tá ligado. Fui. Vazei. Já era. Até mais.


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JUREMIR MACHADO DA SILVA 

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Segundo o relatório Estado do Mundo 2010, elaborado pelo Worldwatch Institute - um dos mais importantes e responsáveis organismos para o estudo de tendências na área da sustentabilidade -, a abolição do consumismo insustentável está em primeiro lugar entre as prioridades mundiais do atual momento histórico. Não podíamos, assim sendo, deixar de dedicar uma matéria de capa ao assunto e é isso o que fazemos neste número. Surgiu assim "Ascensão e queda do consumismo".

Quando cuidávamos da produção dessa matéria, voltaram-me à mente as imagens mais que alegóricas de Imelda Marcos, mulher do ditador filipino Ferdinand Marcos, e sua coleção de milhares de pares de sapatos de marcas famosas. Uma inteira ala do palácio do governo, em Manila, fora reservada para guardar os sapatos de madame. Enquanto isso, nas ruas, o povo clamava por comida.

Nas Filipinas acontecia o que comumente acontece em toda ditadura: o ditador, sua esposa e filhos deixam-se tomar pela mesma loucura, o delírio de onipotência.


Hoje, submetidos como estamos à ditadura do produzir e do consumir insustentáveis, somos nós as vítimas de uma loucura análoga: a cultura do desperdício. Mas a ciência deixa claro: hoje, a Terra precisa de quase 18 meses para repor o que a humanidade lhe tira em um ano. Portanto, para continuarmos a viver do que o planeta pode nos oferecer, só há uma alternativa: transformar substancialmente nossos padrões de consumo, abolindo a atual cultura do desperdício.


E, francamente, por que precisamos possuir 50 pares de sapatos se, como ensinam todos os estilistas sérios, com apenas meia dúzia deles podemos suprir em quaisquer circunstâncias nossa necessidade de andar calçados? Como diz nossa chamada de capa, consumir é preciso. Mas com moderação e dentro dos limites do sustentável.



SE NÃO HOUVER UMA MUDANÇA NOS PADRÕES DE CONSUMO E PRODUÇÃO, EM MENOS DE 50 ANOS SERÃO NECESSÁRIOS DOIS PLANETAS TERRA PARA ATENDER A NOSSAS NECESSIDADES DE ÁGUA, ENERGIA E ALIMENTOS

Luis Pellegrini - Diretor de Redação
E-mail: luispellegrini@terra.com.br
Site: www.luispellegrini.com.br