Estou obcecado pela Farsul.
Ainda vou me dar mal por causa disso. No fundo, a Farsul não me interessa. Vivi 46 anos sem pensar na Farsul. Pensava mais na Greta Garbo. E na Ana Paula Arósio.
Mas o pessoal da Farsul é tão divertido que agora acabo lendo tudo o que escrevem. A Farsul odeia pesquisas. Para ela, o IBGE mente. Salvo quando apresenta números favoráveis ao agronegócio.
O Censo Agropecuário, segundo a turma da Farsul, é uma farsa. Até agora, pelo que entendi, só a Embrapa falava a verdade. Só os números da Embrapa eram sérios. Só a Embrapa tinha boa metodologia. Só os pesquisadores da Embrapa não era ideologizados.
A Embrapa era a voz dos ruralistas. Pois não é que a Embrapa meteu uma bola nas costas da Farsul, obrigando-a a contestar os resultados de estudo sobre produtividade agrícola.
Acontece que a Embrapa descobriu que, entre os Estados abalados pelo clima, o Rio Grande do Sul tem os menores índices de produtividade agrícola. Mexeu com os brios dos nossos ruralistas.
O presidente da Frasul, Carlos Sperotto, reagiu feito um Bento Gonçalves: “Os gaúchos não aceitam o ônus de apresentarem a menor produtividade”. Mas não é uma questão de números? Ou é de orgulho? O orgulho gaúcho rejeita índices negativos.
Então, obviamente, eles não existem. A Farsul só acredita em pesquisas que correspondam ao tamanho do nosso orgulho. Está certo. Sabemos que números são sempre subjetivos.
Parece que um ruralista desencantado saiu com esta: "Até tu, Embrapa, até tu!". É complicado ironizar a Farsul.
Eles não têm senso de humor. Ainda mais quando uma pesquisa mexe com temas sagrados como nossa incontestável produtividade. Entramos numa nova era, muito além da Embrapa e do IBGE. A era dos números subjetivos e ideológicos.
Que Farsul!
Postado por Juremir Machado da Silva - 15/11/2009
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