terça-feira, 17 de novembro de 2009

Combate à fome sem recursos







Combate à fome sem recursos


Cerca de 60 países se reuniram em Roma e, nesta segunda-feira, rejeitaram a destinação de mais 44 bilhões de dólares para a tentativa de erradicação da fome no mundo até 2025. A proposta havia sido encaminhada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).


Com isso, foi mantida a meta anterior, de reduzir a fome pela metade em todo o planeta até o ano de 2015.Para BaKi-moon, secretário-geral da ONU, é urgente estabelecer um plano de ação contra a fome de modo a que as pessoas sejam capacitadas e incentivadas a buscar sua autossuficiência na questão alimentar.

Por isso, as políticas públicas não podem adotar o caminho do mero assistencialismo.

Por sua vez, Jacques Diouf, diretor-geral da FAO, lamentou que um encontro dessa magnitude tenha terminado sem estabelecer ações concretas para um combate efetivo contra a fome e a desnutrição nos países mais pobres e subdesenvolvidos.


O total de pessoas famintas, de acordo com levantamentos efetuados pela ONU, teve um incremento de cerca de 150 milhões de pessoas como consequência da crise econômica mundial, passando de 850 milhões para mais de 1 bilhão de pessoas entre 2008 e 2009.No ano de 1996, quando a meta de redução do contingente com fome foi estabelecido em levar esse montante à metade em 2015, havia cerca de 400 milhões de pessoas em situação alimentar crítica.



A aceleração desses números demonstra que está se fazendo cada vez menos para enfrentar um quadro que piora cada vez mais. Inclusive, chama a atenção o fato de que, no início do ano de 2009, o G-8, que reúne as maiores economias internacionais, prometeu 20 bilhões de dólares nos próximos anos.


Como apenas a Itália compareceu ao encontro de Roma, ficam dúvidas sobre a disposição de cumprir esse compromisso no prazo estipulado.

A recessão que assolou o mundo no final de 2008 e no ano de 2009 continua a repercutir no cenário mundial, com consequências as mais imprevistas possíveis.


Com isso, sofrem as populações mais carentes das nações mais pobres, que acabam sendo as grandes vítimas da estagnação da economia.


A fome nesses focos mais vulneráveis é um problema de todos os países-membros da ONU, inclusive do Brasil, uma vez que a miséria não respeita fronteiras.

FONTE: JORNAL CORREIO DO POVO - TERÇA-FEIRA, 17 DE NOVEMBRO DE 2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário