segunda-feira, 26 de julho de 2010

Desmate destruiu 1,23% do pampa gaúcho em 6 anos

THAIS BILENKY
DE BRASÍLIA
Entre 2002 e 2008, o pampa gaúcho teve 1,23% de sua área destruída, totalizando 2.200 km2 de desmate, indica levantamento inédito do Ministério do Meio Ambiente.
O bioma com gramíneas e plantas rasteiras tem hoje só 36% da extensão original, mesmo tendo sido o que menos sofreu em anos recentes.
São Lourenço do Sul, que integra rota turística "Gaúcho do Pampa ao Mar"; desmate destruiu 1,23% do pampa gaúcho.
Dos 177,8 mil km2 do bioma no Brasil, calcula-se o abate de 364 km2 ao ano. "Sabíamos que havia perda, mas não sabíamos a magnitude", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Segundo ela, a pecuária foi o motor da devastação ao longo dos anos. "Um pico de entrada de soja" explicaria o desmatamento mais recente.
Já se sabe com precisão que restam 52% do Cerrado, 54% da Caatinga e 85% da Amazônia (número depende do critério usado). No mês que vem, o ministério divulga dados da Mata Atlântica, único bioma ainda sem análise recente por satélite.
fonte:http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/771495-desmate-destruiu-123-do-pampa-gaucho-em-6-anos.shtml

terça-feira, 20 de julho de 2010

Pesquisador encontra planta capaz de neutralizar veneno de surucucu

Serpente é uma das mais letais que existem no Brasil.

Ela vive na Amazônia e na Mata Atlântica.

Dennis Barbosa

Do Globo Amazônia, em São Paulo

Pesquisa realizada no Laboratório de Venenos e Toxinas de Animais e Avaliação de Inibidores (Lavenotoxi) do Departamento de Biologia Celular e Molecular do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) identificou uma planta capaz de neutralizar o veneno da cobra surucucu, a maior serpente venenosa da América do Sul, e também uma das mais letais que existem no país.

A surucucu é a serpente mais venenosa do país, e tem como habitat as florestas da Amazônia e Mata Atlântica. (Foto: Daniella Clark/G1)
O pesquisador Rafael Cisne de Paula testou 12 plantas diferentes em relação a quatro diferentes efeitos causados pelo veneno da surucucu, e o Stryphnodendron barbatiman, também conhecido como barbatimão, uma árvore típica do cerrado, mostrou 100% de efetividade na inibição de todos eles.

A surucucu ocorre na Amazônia e na Mata Atlântica. Embora somente 2% dos acidentes com cobras envolvam essa espécie, metade das pessoas picadas acabam morrendo. A jararaca, que responde por 90% dos casos no país, tem um índice de letalidade de 0,2%.
E para os sobreviventes da picada de surucucu não há estatística em relação às amputações e deformidades que seu ataque causa.


Atualmente já é possível combater a picada de surucucu com soro antiofídico produzido a partir do próprio veneno. Este método, porém, traz efeitos colaterais como reações alérgicas que podem levar até à morte, se acontecer o choque anafilático.
Em teoria, usando um produto feito a partir da planta, isso não deveria ocorrer.


No entanto, para que o Stryphnodendron barbatiman vire um produto para uso efetivo, serão necessários anos de teste clínicos. O trabalho de Cisne é uma pesquisa de base que aponta as propriedades antiofídicas da planta.
Coincidentemente, o Stryphnodendron barbatiman já está registrado junto à Anvisa como uma variedade fitoterápica, graças às suas características cicatrizantes e antihemorrágicas. Isso pode acelerar sua adoção também como antiofídico, acredita André Fuly, orientador de Cisne na pesquisa.

Como fica a África do Sul após a Copa do Mundo?


A Copa encheu os sul-africanos de orgulho (Fonte: EPA)


ÁFRICA

Após evento que uniu diferentes etnias sob a bandeira nacional, país volta a conviver com problemas como violência e pobreza
A realização da Copa do Mundo na África do Sul foi um sucesso. Torcedores estrangeiros, que a princípio estavam céticos, voltaram para casa contaminados pela energia africana. Mesmo após a eliminação prematura do time da casa, os sul-africanos continuaram agitando suas bandeiras e soprando suas vuvuzelas.


Após o apito final no dia 11 de julho, o presidente Jacob Zuma agradeceu a seus compatriotas pelo mês “inspirador e renovador”. Sepp Blatter, presidente da FIFA, deu à África do Sul uma nota nove pela realização da Copa e afirmou que apoiará qualquer iniciativa do país para sediar as Olimpíadas. Durban já apresentou uma proposta, e a Cidade do Cabo deve seguir pelo mesmo caminho.


Mas será que a África do Sul quer mesmo sediar outro mega-evento esportivo? A Copa do Mundo custou cerca de 55 bilhões de rands (US$ 7,3 bilhões), o equivalente a 6% do orçamento anual do país. Num país onde mais de 40% das pessoas vivem com menos de US$ 2 ao dia, a FIFA acabará com boa parte dos lucros, cerca de 25 bilhões de rands, deixando a África do Sul com os elefantes brancos: os dez magníficos, porém agora inúteis, estádios de futebol criados para o evento. Mas a África do Sul também lucrou. Cerca de meio milhão de turistas visitou o país pela primeira vez, motivados pela Copa.


Talvez o grande benefício da Copa tenha sido a ressurreição da auto-estima sul-africana. A Copa encheu de orgulho a população local, negra e branca. A bandeira sul-africana de seis cores, antes desprezada pela população branca, agora está em carros, lojas e casas de todos os grupos raciais. O futebol, antes visto como o esporte dos negros, foi adotado por todos, e até mesmo um juiz branco utilizou o uniforme da seleção nacional em pleno tribunal. No último mês uma nação dividida se reaproximou. Pode ser algo temporário, mas, sem dúvida, é algo que será lembrado no futuro.


Após o período de excitação, a imprensa sul-africana voltou à sua programação normal de crime, abuso policial, estupradores de crianças, corrupção, protestos, problemas de energia, desastres automobilísticos, ameaças de greves e disputas políticas. O retorno de ataques xenófobos teve como alvo imigrantes africanos – a maioria deles, do Zimbábue – que têm sido perseguidos e estão retornando a seus países de origem.


Enquanto isso, os sul-africanos se perguntam por que um país capaz de sediar um evento global de tamanha magnitude não consegue encontrar a mesma dedicação para resolver seus problemas. Como Zuma disse recentemente, os sul-africanos não podem – 16 anos após a conquista da democracia – seguir culpando o Apartheid por todos os seus problemas.


FONTE : http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/africa-oriente-medio/como-fica-a-africa-do-sul-apos-a-copa-do-mundo/?optin