quarta-feira, 18 de novembro de 2009

16 de novembro é o Dia do Não Fumar


16 de novembro é o Dia do Não Fumar


Por Lise Bocchino, cardiologista do Bronstein/DASA

O combate ao tabagismo tem sido mais do que debatido em épocas de disseminação da Lei Antifumo.


E, segundo a Dra. Lise Bocchino, cardiologista do Bronstein Medicina Diagnóstica/DASA, o tabagismo merece mesmo tanta atenção. Um alerta neste 16 de novembro, Dia do Não Fumar.


O tabagismo é um grave problema de saúde pública, acometendo um terço dos adultos ou 1,2 bilhão de pessoas no mundo.


Na fumaça do cigarro existem 4.770 substâncias tóxicas, sendo as principais nicotina, alcatrão, monóxido de carbono e até substâncias radioativas como Polônio 210 e Cádmio, que também são encontradas nas baterias de carros.


A cardiologista afirma que os fumantes passivos, um dos focos principais da Lei Antifumo, contabilizam 2 bilhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Destes, 700 milhões são crianças, sendo que o fumo passivo é responsável por 50 mil mortes por ano. “Quanto mais fumantes no local de trabalho ou em casa, maior a chance de doenças.


Se houver um fumante no local, a probabilidade de doença é de 30%. Se forem mais de dois fumantes, a chance chega a 50%”, reforça a médica.


Dra. Lise também lembra que o tabagismo é responsável por 75% dos casos de bronquite crônica, 80% dos casos de enfisema pulmonar, 80% dos casos de câncer de pulmão e 25% dos casos de infarto agudo do miocárdio.


No mundo, doenças associados ao fumo provocam 6 milhões de mortes anuais. No Brasil, são 120 mil mortes por ano, ou seja, a cada hora, dez brasileiros morrem devido ao tabagismo.


Existem no país 35 milhões de fumantes, dos quais 3 milhões têm entre dez e 19 anos.
A cardiologista esclarece o que leva uma pessoa a fumar. O vício normalmente se instala em três meses e o ato de fumar costuma ser vinculado a um imenso bem-estar, um regulador de humor e de comportamento. “Em apenas sete segundos a nicotina, altamente viciante, é absorvida e chega ao cérebro”, diz Lise.


Os principais efeitos da nicotina são a sensação de alívio e prazer, criando uma excitação que aumenta a vigilância e diminui a fome, melhorando o rendimento de atividades.


Na esfera médica, segundo a cardiologista, os efeitos do cigarro são inúmeros. Dentre eles taquicardia, vasoconstrição periférica, elevação da pressão arterial, aumento do débito cardíaco, elevação do consumo de oxigênio no miocárdio, indução ao vasoespasmo coronariano, elevação da carboxihemoglobina, leucocitose e policitemia secundária, aumento da viscosidade sanguínea, aumento da ativação e da agregação plaquetária, aumento da expressão de moléculas de adesão em leucócitos, elevação da concentração de fibrinogênio, elevação dos níveis de ácidos graxos, elevações de lipoproteínas de baixa e muito baixa densidade e redução dos níveis do colesterol de alta densidade.
Lise reforça que, para as mulheres, ainda existem os riscos de indução à menopausa precoce, aborto espontâneo e de nascimento de bebê com baixo peso.


Para quem usa anticoncepcionais, os riscos aumentam, em média, em dez vezes. “O tabagismo também é comprovado causador de câncer, sendo os principais tipos os de boca, laringe, esôfago, pulmão, bexiga, estômago e colo uterino. Isso sem falar no infarto agudo do miocárdio, AVC (derrame) e impotência sexual”, revela.


Parar de fumar, de acordo com a médica, não costuma ser fácil. Fazem parte da abstinência uma intensa vontade de fumar, frustração, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, aumento do apetite, insônia, dores de cabeça e até depressão. “Mas lembre que os tratamentos existem e são eficazes. Por meio de remédios e de apoio psicológico, você terá um forte suporte”, finaliza.


Informações podem estimular o ex-fumante no processo de abandono do vício:


- Ao parar de fumar, em apenas 20 minutos seu pulso volta ao normal- Após oito horas, o nível de oxigênio no sangue aumenta;


- Em 24 horas, o pulmão fica mais limpo;


- Depois de dois dias, o paladar e o olfato melhoram sensivelmente, além de a respiração e o nível de energia terem uma melhora considerável;


- Depois de duas semanas a três meses, o sistema imunológico fica mais ativo
Estratégias comportamentais para não fumar:


- Tomar água;


- Fazer exercício físico;


- Descobrir novas distrações;


- Eliminar cinzeiros e isqueiros;


- Trabalhar pensamentos automáticos;


- Substituir o cigarro por alimentos não engordativos;


- Se a ansiedade aparecer, tenha sempre em mente que ela é uma sensação que normalmente dura menos do que cinco minutos e que a superação vai valer a pena.


Por Lise Bocchino, cardiologista do Bronstein/DASA

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