Recentemente, o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, gerou polêmica ao responsabilizar parte da população pela sujeira da cidade. Afirmou que o dinheiro extra despendido somente para cobrir os excessos cometidos pelos cidadãos serviria para ser usado em creches, iluminação pública, sinalização de trânsito, infraestrutura para as escolas, entre outros serviços públicos municipais.
O que se pode dizer é que essa realidade constatada naquele município não é muito diferente da observada em outras grandes cidades do Brasil. Como exemplo, podemos citar Porto Alegre, em que é comum se presenciar casos de pessoas descartando materiais, os mais diversos, nas ruas da Capital. A consequência disso, além dos problemas de higiene pública, é o agravamento do volume das águas nas ruas quando ocorrem precipitações mais intensas, gerando alagamentos e causando uma série de prejuízos a todos.
Por isso, o desafio é transformar o limão do lixo em limonada que gera emprego e renda. A formação de cooperativas de catadores e o mercado que se abre para empresas particulares pode ajudar a transformar esse estado de coisas. O Brasil produz atualmente 82 mil toneladas de resíduos sólidos de lixo por dia e apenas pequena parte desse montante recebe tratamento adequado. Quando se tiverem traçado políticas públicas eficientes e estruturado unidades de reciclagem por todo o país, o que por ora constitui uma preocupação, poderá vir a ser a solução de uma série de impasses hoje vivenciados na questão ambiental.
Na busca de alternativas, realizou-se, no Rio de Janeiro, o Fórum de Desenvolvimento do Rio. Na pauta, ações de destinação dos resíduos sólidos nos níveis estadual e municipal. Foram debatidas alternativas como a transformação do lixo em energia e em fertilizante. Tratou-se também o uso da tecnologia para o desenvolvimento de unidades de processamento de resíduos sólidos a fim de gerar energia elétrica ou térmica, com técnicas ainda não conhecidas no país.
Num mundo de coisas obsoletas e dispensáveis em pouco tempo, a exemplo de pilhas, celulares e computadores, a tendência é de que haja permanente descarte de materiais. O grande embate deve ser na forma de evitar que esse material prejudique o meio ambiente e possa ser reaproveitado com benefícios para a sociedade.
Fonte: Jornal Correio do Povo -Opinião, TERÇA-FEIRA, 1 DE DEZEMBRO DE 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
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