quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A cidadania ameaçada pelo analfabetismo

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), no ritmo atual, o Brasil deverá levar ainda mais duas décadas para erradicar o analfabetismo. A análise é do Ipea e está baseada em dados coletados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (Pnad) 2008, com pesquisa efetuada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).O pior de tudo é que a eventual diminuição gradativa desse mal, proporcionalmente, não estará ligada à eficiência de políticas públicas, mas simplesmente ao crescimento da população alfabetizada e à morte de boa parte dos anafalbetos, que terminarão suas vidas sem conseguir aprender ler e a escrever.

Alguns dos obstáculos estão no fato de que esse contigente populacional perdeu o melhor período de suas vidas para se alfabetizar e, depois de inserido no mercado de trabalho, com baixos salários, tem redobradas dificuldades para despender o tempo necessário para sanar essa deficiência. Os dados indicam que a taxa de analfabetismo no Brasil atinge cerca de 10% de uma população em torno de 190 milhões de pessoas.

A gravidade do problema que enfrenta o segmento que não sabe ler no país fica evidente na comparação com outras nações. Em relação a outros países latino- americanos, temos números piores que vizinhos como o Chile, a Argentina e o Equador.Outros índices dão conta de que a taxa de analfabetismo é maior na parcela um quinto mais pobre da população (19%), no Nordeste (19,4%), na área rural (23,5%), entre negros e pardos (13,6%) e na faixa etária que ultrapassa os 40 anos(16,9%).

As dificuldades de alfabetização também fazem parte do cotidiano escolar.O levantamento revela que apenas 55 em cem alunos que concluem o ensino fundamental estão na idade adequada, chegando ao 9º ano, com 14 anos de idade.Também na educação infantil, os percentuais são baixos no que dizem respeito à inclusão e á freqüencia dos alunos, criando problemas em cascata para a vida escolar posterior.

O analfabetismo é uma chaga que tem de ser debelada.Ela ameaça o progresso do país e o bem - estar da população, repercutindo na esfera pessoal e coletiva. As autoridades educacionais precisam elaborar programas efetivos para que essa limitação que atinge milhões de pessoas possa ser vencida definitivamente.

FONTE:OPINIÃO JORNAL CORREIO DO POVO (12/10/2009)

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