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Puilas vs melhoprofundidade de campo, ando caça à sa
GIULIANA MIRANDADE SÃO PAULO
Cientistas acabam de propor uma nova explicação para as pupilas verticais --o popular olho de gato-- de cobras e outros bichos. A característica favoreceria a caça de emboscada, a famosa técnica do "senta e espera".
A conclusão, publicada no "Journal of Evolutionary Biology", contraria a versão mais aceita no meio científico: a de que as pupilas verticais seriam uma adaptação para facilitar as atividades noturnas dos animais.
Os autores não negam que exista uma relação com hábitos noturnos, mas dizem que ela não é fundamental.
"A pupila vertical não basta para a visão noturna. Enxergar à noite tem mais a ver com a ultraestrutura do olho --como a composição da retina e o formato da córnea" diz Ligia Pizzatto, pesquisadora brasileira da Universidade de Sidney (Austrália) e uma das autoras do estudo.
Para chegar ao resultado, o grupo analisou 127 espécies de cobras australianas e cruzou dados sobre formato da pupila, método de caça e horário de atividade.
O resultado mostrou que cobras que caçam ativamente têm pupilas redondas, enquanto as que ficam à espreita da presa costumam ter pupilas verticais.
Por causa de músculos auxiliares, a pupila vertical permite maior controle sobre a contração do olho, regulando a luminosidade e, principalmente, melhorando a profundidade de campo.
Os animais também enxergam com mais foco e definição na horizontal -por onde vêm a maioria das presas. Assim, eles não precisam se movimentar para ver melhor, o que aumenta as chances de sucesso na emboscada.
As pupilas verticais também ajudariam as cobras a se camuflar, pois olhos redondos são um dos maiores indícios da presença dos predadores no ambiente.
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