Muitas pesquisas já haviam indicado que os brasileiros apresentam uma elevada consciência ambiental, demonstrando uma preocupação real com o futuro do planeta. Agora, mais um levantamento, o Barômeto da Biodiversidade 2010, vem ratificar essa disposição demonstrada em aferições anteriores. O trabalho foi realizado pela União para o BioComércio Ético (UEBT) com cerca de 25 mil pessoas em cinco países. Ficou demonstrado que 94% dos entrevistados no Brasil afirmaram entender termos como biodiversidade e biopirataria. Verificou-se que 44% deles realmente os definem de forma correta. Isso implica uma compreensão superior à demonstrada por norte-americanos e europeus.
Os números constatados são bastantes ilustrativos e indicam um patamar de domínio conceitual surpreendente acerca das questões do meio ambiente. Se no Brasil 94% dos entrevistados mostraram-se conhecedores do significado de palavras-chave, na Europa e nos Estados Unidos esse percentual fica em 56%. Entre os que dizem conhecer os temas e os definiram de forma adequada, o índice atinge 18% nos EUA, 16% na Alemanha e 19% na Inglaterra. Na França, está a maior taxa, 27%. Contudo, ela ainda é inferior ao mesmo contingente no Brasil, que é de 44%.
De acordo com Rik Kutsch Lojenga, diretor executivo da UEBT, o fato de o país estar no topo desse ranking é o resultado de uma série de eventos, como a Eco 92, incluindo neles conferências de dimensões mundiais. Uma das consequências é despertar a atenção do público. Outro fator é a constante divulgação dos assuntos relativos à Amazônia, alvo permanente da biopirataria. Isso fez com que o vocábulo ingressasse definitivamente no cotidiano das pessoas. O mesmo aconteceu com a palavra biodiversidade, que tem na floresta brasileira a base do seu significado, pela riqueza de ecossistemas que são encontrados em seu bojo.
Outra questão que pode contribuir para uma maior atenção do povo brasileiro à natureza está nas tragédias ambientais. Visando evitá-las, o poder público, instado pela sociedade, poderá adotar medidas preventivas e de conservação. A questão da preservação da natureza, certamente, estará na pauta neste ano em que a população vai às ruas para escolher o próximo presidente do país. Programa que não contemplar o meio ambiente poderá ser descartado sem direito a reciclagem
FONTE: Editorial do Jornal Correio do Povo - PORTO ALEGRE, DOMINGO, 23 DE MAIO DE 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
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