quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Davos, bancos e o FSM

Onde já se viu ajudar pobre com Bolsa-Família! Todo mundo sabe que isso é coisa de país europeu atrasado: França, Alemanha, Suécia, Dinamarca, Noruega, enfim. Só quem merece apoio estatal é banco privado. No Brasil, os bancos recusam-se a pagar PIS e Cofins. Devem R$ 10 bilhões ao Estado. O Itaú, depois de muita briga, pagou R$ 1 bilhão de PIS e Cofins atrasados. Não é justo que bancos tenham de pagar esses impostos.

Afinal, alegam que não são prestadores de serviço nem operadores comerciais. Uau! Está na coluna do Elio Gaspari de ontem. Qualquer pessoa de bom-senso sabe que um banco privado é uma instituição filantrópica sem interesse comercial nem fins lucrativos. Existe para servir. Nada mais. Eu tenho uma opinião clara sobre o assunto: só microempresas e empresinhas de fundo de quintal devem pagar PIS e Cofins.



É o que eu sempre digo: o Estado não deve desperdiçar dinheiro com setores sociais improdutivos. Só deve receber subsídio quem é autossuntentável. Salvo o agronegócio. Ficamos assim: bancos não devem pagar PIS e Cofins. O Estado deve cobrir os prejuízos do agronegócio.

Se o Fórum Social Mundial fosse realmente moderno defenderia essas medidas socialistas de redistribuição de renda. Davos faz isso. Os líderes empresariais que lá estão, ainda se curando do mico que pagaram no ano retrasado com a crise financeira internacional, já saíram atirando: acham injusto ter de pagar o Estado pelo apoio que receberam para sair do atoleiro e não querem saber de regulamentação. Temem que isso atrapalhe os bons negócios e prejudique a retomada. Acham que estou mentindo, não é mesmo? Está nos grandes jornais americanos e europeus.


A agência Reuter resumiu assim a situação: "Obama sacudiu os mercados na semana passada com propostas de fazer os bancos comerciais cortarem ligações com hedge funds e fundos de private equity e pararem com algumas operações de tesouraria ("proprietary trading"), além de pagarem pelo auxílio governamental recebido durante a crise". Essa última parte foi chamada de "populismo". Nos últimos dez anos, o Fórum Social Mundial vem denunciando essas operações de redistribuição de renda em favor da turma dos camarotes.

Um encontro que antecipa o futuro só pode ser chamado por seus adversários de anacrônico. Em Davos, em clima de "vamos reconstruir", a estratégia é culpar o Estado pela crise passada do setor privado, acusando-o de ter falhado na regulamentação, e adverti-lo para não provocar nova crise criando a regulamentação que faltou em 2008. Entenderam? A culpa é sempre do Estado.


Os presidentes do Goldman Sachs e do JPMorgan, aqueles que viviam nos assustando com o risco Brasil e que foram os primeiros a afundar, não estarão em Davos neste ano. Precisaram apertar os cintos. Já foram de jatinho particular pedir ajuda estatal. Não é de duvidar que venham a Porto Alegre.

É que agora eles são adeptos do Estado máximo. Por pouco tempo. O tempo suficiente para reaprenderem o mantra: só o Estado mínimo salva.


JUREMIR MACHADO DA SILVA  - Correio do Povo, 28/01/2010.

2010 - O ANO MAIS QUENTE

    O escritório de Meteorologia do Reino Unido anunciou em dezembro que 2010 deverá ser o ano mais quente desde o início das medições, há 160 anos.Segundo os cientistas, a temperatura média da superfície da terra será de 14,58° - 0,58° acima da média do período 1961 - 1990(14°). 
   Assim, 2010 superaria 1998, cuja temperatura média foi de 14,52°.
   O aumento é atribuído à combinação do aquecimento global com o fenômeno El Nino  -  aquecimento periódico das águas tropicais do leste do Pacífico.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

BBB


Quando acontece um desastre natural, como no Haiti, é maravilhoso ver a solidariedade de nosso povo. Se tivesse condições de saúde, me alistaria com muita disposição para ajudar o pobre povo do Haiti. Que tal a turma do BBB ser enviada para ajudar o povo do Haiti? Aí mostrariam de verdade que são irmãos.

Inácio Gebert, Lages (SC) – Jornal Correio do Povo 19/01/2010




segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Você sabia que a PL-154 está Derrubando as Leis do Código Estadual do Meio Ambiente?

Neste momento de desequilíbrio climático e planetário, a Legislação Ambiental do Rio Grande do Sul sofre uma agressão sem precedentes.

Falamos do Projeto de Lei e Estadual nº 154, que tramita em nossa Assembléia Legislativa que tem como proponente o setor agrícola do estado com objetivo de expandir a área plantada, com o sacrifício do que ainda resta de cobertura vegetal e atropelando qualquer tentativa de agricultura sustentável.

Pedimos que você assine e que lute conosco, pois a única arma da sociedade é assinando este abaixo-assinado, mandando e-mails contra este projeto de lei para os deputados, e através do voto, pois em 2010 será um ano de eleições e estes deputados a favor da 154 não merecem continuar em seus cargos.

O que a PL 154 quer fazer?

1. Termina com Sete (07) Leis Ambientais.


2. Reduz as Áreas de Preservação Permanente.

3. Termina com as Áreas de Reserva Legal (para Controle do Desmatamento)


4. Retira 13 artigos que OBRIGAM O ESTADO A PRESTAR CONTAS sobre as condições ambientais para a população.


5. Retira diversos conceitos importantes como: Animais Silvestres, Estudo de Impacto Ambiental (EIA RIMA).


6. Permite que Estímulos e Incentivos Financeiros sejam dados a Municípios que não executam a Legislação Ambiental.


7. O Estudo Prévio de Impacto Ambiental não deverá mais ser divulgado.


8. Reduz consideravelmente o valor das multas.


9. Fauna Silvestre: extingue o artigo que protege a vida da fauna silvestre.

10. Recursos Hídricos (Água): altera a presidência deste conselho do Secretário do Meio Ambiente para o Secretário Estadual de Planejamento Territorial e Obras (que não existe).


11. Sistema de Proteção Ambiental: retira do Consema ( Conselho Estadual do Meio Ambiente) e das entidades representativas da sociedade civil (ONGS ambientais) a responsabilidade de estabelecer critérios de controle sobre a qualidade do meio ambiente natural.


12. Retira o poder de polícia do Batalhão Ambiental da Brigada Militar.


Sabemos que falamos a alguém consciente do risco que a ambição desmedida de poucos impõe à qualidade de vida de todos, e que conhece a importância da preservação da qualidade ambiental.

AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural.


A vida sempre em primeiro lugar!!


Site: WWW.agapan.org.br

11 JANEIRO - DIA DO CONTROLE DA POLUIÇÃO POR AGROTÓXICOS

No calendário civil, 11 de janeiro é dedicado ao Controle da Poluição por Agrotóxicos

“Não há motivo para comemorar o controle da poluição por agrotóxicos, mas sim para refletir sobre o uso indiscriminado. É preciso saber se o agrotóxico é necessário, se o benefício que ele traz compensa os impactos que causa”

A utilização, na agricultura, de produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, conhecidos como pesticidas, praguicidas, formicidas, herbicidas, fungicidas, ou agrotóxicos, inicia-se na década de 20. Durante a 2ª Guerra Mundial, são utilizados como arma química. No Brasil, são utilizados em programas de saúde pública, combate e controle de parasitas.

No Brasil, a desagradável cultura da utilização intensiva de agrotóxicos adveio do famigerado Plano Nacional de Desenvolvimento, de 1975, que forçava os agricultores a compara os venenos através do crédito rural, na medida em que instituía a inclusão de uma cota de agrotóxicos para cada financiamento.


É possível conceber uma agricultura que utilize cada vez menos agrotóxicos? A indústria tende a responder negativamente a esta questão insistindo na idéia de que seus produtos serão cada vez mais seguros e que os problemas resultantes de sua aplicação resolvem-se com a elevação do nível técnico e educacional dos próprios agricultores.


O Brasil atingiu recentemente uma liderança da qual não podemos nos orgulhar. Somos o país que mais consome agrotóxicos no planeta. A “conquista” não pode ser ignorada, como se dela não fizéssemos parte. Se por um lado existe a enorme pressão comercial das empresas produtoras de agrotóxicos, que sem qualquer compromisso com o meio ambiente e com a saúde da população visam apenas o aumento dos lucros, por outro existe todo um contexto que permitiu chegarmos a essa liderança. Faz parte desse contexto, a opção por um modelo de desenvolvimento agrícola em que a intensificação tecnológica gradativamente expulsa a agricultura familiar, e tem sido causa de degradação dos recursos naturais e de exclusão social.


Nesse cenário, o aumento do uso dos agroquímicos tem provocado a contaminação ambiental, com prejuízos para a saúde de agricultores e de consumidores. Hoje, existe um relativo consenso de que é necessário mudar para um formato tecnológico que proporcione condições de sustentabilidade à agricultura. Isso requer, além do fortalecimento de políticas públicas de apoio a uma agricultura menos impactante, a geração de tecnologias que contribuam não só para o aumento da rentabilidade, mas também para a superação de problemas ambientais.


A situação brasileira chama atenção, não só pelo impressionante aumento no consumo de agrotóxicos nos últimos anos, mas, sobretudo pela completa falência do sistema público de controle posto em execução a partir dos anos 1980. O instrumento de controle do uso de agrotóxicos no País, o Receituário Agronômico, este completamente falido, o que contribui para que hoje o Brasil tenha se habituado a celebrar anualmente o aumento das vendas de agrotóxicos como sinal de progresso e condição indispensável para o aumento das safras. O que está em jogo aí, muito mais que a contra partida ao aumento da produção agropecuária, é um sistema de cuja agenda desapareceu inteiramente a meta de reduzir associação corrente entre comida e veneno.

O pulverizador costal, equipamento de aplicação que representa maior potencial de exposição, é utilizado em 70% dos estabelecimentos que usam algum tipo de agrotóxico. Pelo menos 20% dos estabelecimentos que usam agrotóxicos, não utilizam EPI (equipamento de proteção individual), mesmo quando os produtores respondem que usam EPI para a aplicação dos agrotóxicos, muitas vezes eles se resumem a luvas e botas.


O uso de agrotóxicos ocorre sem assistência técnica ou auxílio de equipamentos adequados de proteção em grande parte dos estabelecimentos agrícolas.


Estudos relacionados aos impactos do manuseio dos agrotóxicos por trabalhadores indicam que mesmo com a utilização dos EPIs, a aplicação não é segura. Além do EPI, há uma série de outras exigências que qualificam aquilo que se chama de “uso seguro dos agrotóxicos”. Um dos pré-requisitos é o respeito ao que se chama de “período de carência”, após a aplicação do veneno, quando ninguém pode ingressar na área.

Também a segurança dos EPIs é muito relativa, eles são muito desconfortáveis e quando muito baratos, mal acabados, incomodam. Outro problema recorrente é a absorção dos agrotóxicos pela pele: “O uniforme fica encharcado de agrotóxicos. E, em vez de ser lavado pela empresa, é levado para a casa do trabalhador e lavado junto com a roupa da família, como acontece muitas vezes, assim à família corre grandes riscos de ficar contaminada”.


No caso da saúde dos trabalhadores, os riscos variam de acordo com tempo e dose da exposição a diferentes produtos. Assim, os efeitos podem ser agudos ou crônicos. O principal efeito agudo são intoxicações, dores de cabeça, alergias, náuseas e vômitos. “Dependendo do tempo de exposição, pode haver uma intoxicação aguda completamente reversível, mas também pode haver efeitos subagudos que deixarão lesões neurológicas periféricas que podem comprometer tanto a parte da sensibilidade quanto a parte motora”.


Os efeitos crônicos são mais difíceis de identificar porque podem ser atribuídos a outros quadros clínicos, “mas vão desde infertilidade masculina, má formação congênita, abortamento precoce, recém-nascidos com baixo peso, cânceres especialmente os linfomas, leucemias, doenças hepáticas crônicas, alterações do sistema imunológico, possibilidade de mutagênese que é a indução de mudanças genéticas que vão resultar em processos de cânceres ou em filhos com má formação congênita, problemas de pele e respiratórios, até praticamente todas as doenças neurológicas, tanto centrais quanto periféricas.


O que mais preocupa é que à ausência de controle público sobre o tema corresponde uma escassez impressionante de informações sobre o grau das contaminações por agrotóxicos.

É a própria noção da eficiência da agricultura que deve ser colocada em questão diante destes dados. A continuidade do processo de abertura da fronteira agrícola e o emprego em escala tão impressionante dos agrotóxicos sinalizam custos que não fazem parte do preço dos produtos. É uma forma perversa de competitividade diante da qual os principais atores em torno do tema, a começar pelos técnicos capacitados e habilitados para tal, estejam eles na extensão oficial ou não, têm manifestado preocupante indiferença.

o cerne da questão dos agrotóxicos está o paradigma de que a praga é um inimigo que precisa ser destruído, eliminado. Na verdade, a praga é um indicador biológico. Se há praga é porque alguma coisa está errada. A agricultura biológica, com a sua proposta holística, leva em consideração aspectos fundamentais como a saúde do solo, a rotação de cultivos, consorciações, o que contribui para uma boa nutrição da plantas. Assim, ela fortalecida não favorece o crescimento das pragas.


A meta é continuarmos alertando sobre os danos, dando orientações gerais de segurança. Como prevenir acidentes, a vestimenta e equipamentos de segurança adequados, o que fazer em caso de intoxicação, os efeitos tóxicos, etc.


“As contaminações por agrotóxicos são muito freqüentes e provocam, no mais das vezes, seqüelas no ser humano. Têm sido observados e relatados casos agudos de intoxicação, com lesões das mais diversas, distúrbios hormonais, danos ao aparelho reprodutor e mortes na lavoura”.


Julio Cesar Rech Anhaia – Engº Agrº
Janeiro de 2010  -   Alegrete/RS



O CONTRASTE DAS SOARES

  Por JUAREZ MACHADO DE FARIAS



A página nº 05 do espaço “Curtas do Leitor” da edição do Diário Popular de 15 de janeiro de 2010 estampa o contraste de pensamentos entre Michele Soares e Patrícia Soares nos textos de suas autorias, intitulados, respectivamente, pela editoria de “Animais I” e “Animais II.


Enquanto a primeira mensageira relata sua vergonha quanto à falta de políticas públicas de atendimento aos animais abandonados, quando fala que buscou o Centro de Zoonoses de Pelotas para atendimento a uma “cadela abandonada e doente” que surgiu na frente da sua casa, a segunda mensageira demonstra indignação porque “não tem um dia que não encontre uma defensora de animais no jornal” e diz que “a cidade tem coisas mais importantes pra resolver do que se preocupar com vira-latas”, aduzindo que há hipocrisia da parte das pessoas que não ajudam as crianças famintas e, no entanto, “preferem ajudar um bicho”. Acrescenta, por fim, que não é religiosa mas, se fosse, “Deus estaria envergonhado”.


Concordo com a Patrícia Soares apenas neste aspecto: Deus pode estar envergonhado, sim, em ver que toda a sua criação, biblicamente descrita em seis dias de trabalho criativo, ficou sob o poder dos animais humanos que, arrogantemente, se autoconcederam o título de “Homo sapiens” e, com base, nesse racionalismo, desconsideram os outros elementos da natureza, dentre eles, os cães e gatos que pululam no desalento das urbes, além de serem, sim, os ditos HUMANOS os únicos viventes que degradam a perfeita obra divina.


Deus pode estar envergonhado, sim, pelas suas criaturas racionais e bípedes que praticam desumanidades contra os outros seres que também como elas sofrem sede, fome, solidão e que podem ser cavalos, cães, gatos, bois, ovelhas e todos os demais que se incluem no rico e variado elenco simbolicamente preservado na arca de Noé, por ocasião do grande dilúvio.


Quem não é religioso, pode entender os seis dias da criação bíblica como uma alegoria das seis eras geológicas, e, de uma forma ou de outra, poderá questionar por que os animais humanos devem se sobrepor aos demais animais ditos “irracionais”, se todos habitam o mesmo espaço terrestre numa relação de interdependência que, se não havida, desencadeia os chamados “desequilíbrios ecológicos”.


Quem não é religioso mas se enxerga como habitante consciente do espaço urbano ou rural onde está inserido não é obrigado a amar cães e gatos abandonados mas deve entender que é questão de saúde pública se evitar zoonoses por meio de ações éticas e profissionais como esterilização realizada por médicos veterinários.


Quando seu coração evoluir, aprenderá, também, que os animais não humanos são, sim, nossos irmãos. Nesse dia, uma parte de sua alma acordará de um longo sono e, certamente, essa pessoa passará a ser menos amarga, menos egoísta e menos rancorosa com o mundo que a cerca pois aprenderá lições de desprendimento material com quem não precisa de sapatos e de roupas para viver a plenitude dos sentidos, nem de palavras para expressar sua felicidade.


Parabéns, Michele Soares, pela sensibilidade em respeitar os demais seres deste planeta Terra, os quais jamais praticam a hipocrisia e a perfídia próprias dos seres humanos. Continue a proteger os animais abandonados e pergunte aos incomodados o que fazem pelas “pobres crianças” pois conheço muitas pessoas generosas que adotam bebês humanos e não humanos, ou seja, um gesto de caridade não exclui o outro.


E já que se falou em Pelotas, é de bom alvitre se lembrar que o genial escritor João Simões Lopes Neto foi fundador e primeiro presidente da Sociedade Protetora dos Animais e não creio que tenha sido um hipócrita mas, ao contrário, um homem talentoso, lúcido e bom.


Por fim, deixo para reflexão um pensamento de Albert Schweitzer, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1952:


"Não me importa saber se um animal é capaz de pensar, sei que é capaz de sofrer e por isso o considero o meu próximo."



* Advogado, poeta, radialista, vereador e lider da bancada do P.S.B.(Partido Socialista Brasileiro) de Piratini.















sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Reveses da comunicação

por Angelina Garcia


"Algumas pessoas tomam, com frequência, como crítica pessoal, aspectos do comportamento humano rejeitados pelo senso comum, os quais, em conversa descontraída, alguém levanta simplesmente a título de observação ou de questionamento próprio"


Reclamamos, muitas vezes, da dificuldade em se entabular um diálogo com determinadas pessoas, pois tudo o que dizemos é mal compreendido, podendo desencadear ásperas discussões ou até rompimentos. Quanto mais tentamos nos explicar, maior a confusão.

A comunicação não ocorre de modo direto, como às vezes se supõe; ou seja, de um lado um emissor, de outro um receptor, bastando uma língua comum para que a mensagem seja decodificada. Além da língua, várias outras condições estão implicadas na produção de sentidos entre interlocutores.


Assim sendo, recebo e interpreto a fala do outro a partir não só de conhecimentos partilhados, ou da minha posição ideológica, ou da memória racional de outros sentidos despertados daquele dizer. Entram também as sensações guardadas, relativas às condições psíquicas e emocionais do indivíduo, que são mobilizadas pelo que o outro diz.


Algumas pessoas tomam, com frequência, como crítica pessoal, aspectos do comportamento humano rejeitados pelo senso comum, os quais, em conversa descontraída, alguém levanta simplesmente a título de observação ou de questionamento próprio. O que levaria uma pessoa a se sentir alvo constante do olhar alheio? O que a faz pensar que tudo o que o outro diz de negativo quer se referir ela?


Se por um lado encontramos a insegurança; por outro, ou pelo mesmo, observa-se certo egocentrismo nesse comportamento.

A insegurança resulte talvez de uma história do sujeito marcada por rejeições do seu ciclo familiar e outros, pautadas na idéia de certo e errado e, consequentemente, pelo pecado e culpa, os quais contribuíram para minar sua autoestima. Desse modo, ele espera sempre que pessoas à sua volta continuem observando o que, a seu ver, ele tem de pior. Mesmo quando a fala do outro não lhe é dirigida diretamente, ele produz sentidos dentro dessa sua condição de inseguro.


É pela insegurança, também, que esse sujeito se encontra centrado em si, como se precisasse, o tempo todo, defender-se de alguma acusação. Dentro desse quadro, ele oferece poucas possibilidades de troca; a comunicação fica truncada, pois cada vez que se sente atingido durante o diálogo, ele o interrompe para se defender, justificar-se, ou, no mínimo, certificar-se se o outro está ou não se referindo a ele. E, assim, não é possível aprofundar ou ampliar a conversa.

É mais saudável ingerir a fruta ou tomar o suco?

por Jocelem Salgado


Verão: aproveite para descobrir as frutas e por que elas fazem bem à saúde


Cheirosas, coloridas, saborosas, as frutas ocupam lugar de destaque nas bancas das feiras e gôndolas de supermercados, especialmente no verão.


O Brasil tem o privilégio de cultivar centenas de espécies e de oferecer boa parte delas a baixo custo, especialmente as chamadas frutas da estação. Além de saborosas, as frutas são fundamentais para a boa saúde, oferecendo vitaminas, sais minerais e fortalecendo as defesas do organismo. As propriedades benéficas para a saúde estão presentes nas frutas cruas e batidas em forma de suco. Especialmente no verão, tomar suco virou uma maneira saudável de se refrescar.


Acostumados com tanta fartura, nem imaginamos que o hábito de comer frutas e tomar sucos é bastante recente. Até o século 19, a maioria das civilizações não incluía as frutas na alimentação. As frutas nem precisam de muitas explicações para que a gente goste delas, bastam os adjetivos. Elas são coloridas, são tenras, macias, suculentas, são azedinhas, bem docinhas, irresistíveis.


Pois o sabor e o colorido das frutas são duas marcas registradas do verão. Para quem se queixa do calor, as frutas são consolos refrescantes, batidas com muito gelo e água e servidas como suco. Para aqueles que já gostam das estações quentes, as frutas só acrescentam prazer aos dias de verão.


Antes de provocar água na boca, as frutas já são de prender o olhar. Eu costumo dizer que também se come com os olhos, pois a aparência das comidas e o arranjo dos pratos têm muita importância no sabor e mesmo na qualidade da alimentação.


As frutas costumam estar presente em toda parte, mas nesta época do ano, especialmente, sua abundância permite que sejam transformadas em verdadeiros arranjos. As feiras livres, que conservam a tradição de servirem as frutas mais frescas, e que exibem todas as variedades da estação, costumam transformar suas bancas num balcão colorido e tentador.


Por causa da grande oferta dessa época, os preços ficam muito acessíveis e as opções intermináveis. O supermercado aprendeu com as feiras e está disputando a clientela com variedade, bom preço e qualidade, com a vantagem de manter suas ofertas a semana toda. Algumas redes estão indo mais longe, trazendo de países distantes frutas especiais que nunca imaginamos em nosso cardápio. Claro, custam mais caro, mas quem não gosta de experimentar um sabor estranho de vez em quando?


As frutas e a saúde


Só o sabor e a fartura das frutas em nosso país já seriam argumentos suficientes para incluirmos seu consumo no nosso cardápio cotidiano. Mas há outras razões, muito importantes para nosso organismo, que cada vez mais vêm sendo destacadas pelas pesquisas e por especialistas. O fato é que as frutas de um modo geral trazem uma grande contribuição à nossa saúde.


São fontes de vitaminas e sais minerais, contribuem para fortalecer o sistema imunológico, têm ação específica na prevenção e controle de algumas doenças, ajudam na redução dos níveis de gordura do sangue, além de facilitar o desempenho de todo o sistema digestório.


Com tantas propriedades, o consumo de frutas interfere em praticamente todas as ações do nosso organismo, combatendo desde doenças alérgicas como a asma até enfermidades graves como vários tipos de câncer. Por conterem muitas fibras, substâncias que não são digeridas, as frutas são de grande valia para o trato intestinal. Quem come pelo menos duas porções de frutas por dia, qualquer que seja essa fruta, terá muito mais chance de evitar a constipação, um problema que provoca desde mau humor até câncer do intestino.


Quando me perguntam quais são as frutas mais indicadas, costumo dizer que o mais importante é consumí-las, sejam elas frutas exóticas, silvestres, ou as frutas mais comuns das nossas estações, como a laranja, o abacaxi, o caqui e a melancia. É certo que as pesquisas em nutrição e saúde estão hoje buscando as propriedades próprias de cada alimento, aqui incluídas as frutas.


Esses alimentos com funções especiais, capazes de prevenir ou controlar o avanço de certas doenças, são conhecidos como funcionais. Já está provada, por exemplo, a capacidade que as frutas cítricas tem de prevenir certos tipos de câncer. Da mesma forma que certas substâncias da maçã são capazes de reduzir o colesterol, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares.


Ao lado dessa ação funcional, os alimentos têm propriedades reconhecidas pelo uso popular e aceitas no meio médico. Os pêssegos, por exemplo, têm uma discreta ação laxante, além de serem ricos em potássio. Os mamões, papaias e outros, contêm papaínas, substâncias ativas contra as úlceras de estômago, estando também entre as frutas que mais fornecem potássio e magnésio. O abacaxi, uma das frutas mais cheirosas da estação, é rico em iodo, que atua positivamente na função da tireóide. Em suco ou em pedaços.


Frutas ou sucos?


Outra pergunta que me fazem com freqüência é com relação às vantagens e desvantagens entre ingerir a fruta em forma de suco e consumí-la crua e em pedaços. Costumo dizer que, no geral, não há grande diferença, desde que o suco natural (não coado) seja feito na hora e consumido em seguida. O suco de laranja que fazemos em casa, por exemplo, tende a perder suas propriedades depois de algumas horas, mesmo mantido em geladeira.


Os bons sucos naturais industrializados, que não se estragam rapidamente porque são "protegidos" por conservantes, costumam manter quase todas as propriedades de um suco fresco, com a vantagem de poder ser armazenado e tomado a qualquer hora.


Mas, já que falamos no prazer que as frutas nos proporcionam, vale lembrar que tomar um suco de fruta natural, nesses dias de verão, não tem sabor que se compare. Levar as frutas para casa e preparar o suco nós mesmos, com a nossa receita preferida, é um prazer adicional, mesmo considerando o trabalho.


Certamente por conta do calor e da fartura de nossas frutas, o suco natural passou a ser "mercadoria" presente em todo o comércio, nos últimos 20 a 30 anos. As casas de suco passaram a ter tanta importância quanto as choperias, sorveterias e cafés. Nos shoppings centers, entre a garotada, ainda não dá para dizer que o suco de frutas é o preferido. Mas em todo o país, não há capital que não exiba suas casas de "sucos e batidas", onde ao lado de abacaxis, laranjas e bananas, estão expostas as frutas mais estranhas, como o cupuaçu e o tamarindo.


Entre morder a fruta e beber o suco, continuo dizendo que o mais importante é ingerir a fruta. A água que se adiciona ao suco, desde que seja absolutamente potável, vem suprir a necessidade de líquido do nosso organismo. Por outro lado, ao mastigarmos a fruta crua, estaremos estimulando todo nosso sistema digestório.


No tempo dos Faraós


Várias das frutas conhecidas nossas já eram cultivadas nas terras bem irrigadas pelo rio Nilo, no Egito Antigo, cenário que nos leva a pensar na produção de frutas às margens do rio São Francisco. Plantava-se pepinos e melões, ao lado do grão de bico, favas e lentilhas. Figos e abacates eram cultivados nos pomares, além das nozes e as tâmaras do deserto.


Com o intercâmbio com outros países, sobretudo asiáticos, foram introduzidos nos pomares a macieira, a romã e a oliveira. Só a partir da época greco-romana, bem mais tarde, as frutas cítricas passaram a ser cultivadas no Egito.


As frutas nunca deixaram de estar presente nos cardápios do homem ao longo da história, mas por milhares de anos tiveram apenas um papel suplementar. Na baixa Idade Média, especialmente no centro-norte da Itália, as árvores de fruta eram consideradas um estorvo para a cultura dominante e de maior valor nos mercados. Foi graças à insistência de proprietários urbanos mais exigentes que algumas frutas foram cultivadas, como sinais de bom gosto e poder social, e indicadas como presente. O povo mesmo, não comia nem se interessava pelas frutas.


Segundo os historiadores, poucas civilizações utilizaram as frutas e legumes como integrantes de sua alimentação. No início do século XIX, o desenvolvimento das técnicas de conservação por esterilização pelo calor permitiu a fabricação das mais variadas conservas. Foi a chegada dos procedimentos de conservação que deram outra dimensão ao mercado internacional de frutas.


Não era possível falar em frutas frescas numa época em que as viagens tomavam semanas. Em 1876, um francês inventou um navio com sistema de refrigeração para proteger os alimentos. Novos aperfeiçoamentos no início do século 20 colocaram nas rotas caminhões, trens e navios com contâineres refrigerados. No início da década de 30, o custo por esse transporte nos EUA já tinha caído para menos de 15% do preço do alimento vendido ao consumidor.


Daí para frente, os preços dos transportes só foram reduzidos e a procura por frutas de outras regiões, especialmente as tropicais, só aumentaram.


Hoje, como já dissemos, os supermercados exibem frutas do mundo inteiro. E novas técnicas de plantio e conservação permitem que tenhamos as frutas da estação disponíveis em todas as estações do ano. E por preços bastante acessíveis. Tudo isso é motivo para comermos mais frutas. E tomarmos mais sucos.

Mais informações: www.jocelemsalgado.com.br



Conheça os benefícios do kiwi para a saúde


                                         Kiwi: cinco porções diárias faz muito bem à saúde
 
Nesta época do ano o recomendado é comer apenas coisas leves e dar preferência às frutas e verduras. Uma fruta muito rica em vitamina C – um antioxidante que elimina os radicais livres e desempenha um papel fundamental no combate ao envellhecimento - é o kiwi. Ele possui o equivalente a três vezes mais quantidade dessa vitamina do que a laranja.


Originário da China, essa fruta possui apenas 62 calorias, levando em conta um tamanho médio, de 100 gramas; além de que 90% de seu peso é constituído por água.


O kiwi não possui gordura saturada, nem colesterol e é composto por diversos nutrientes, como fibras, proteínas, potássio, ferro, fósforo, cálcio, magnésio e vitaminas.


O fato do kiwi ser uma *baga confere-lhe propriedades nutritivas superiores, quando comparado com outros frutos. Ele possui ácido propeolítico, que melhora a circulação e ajuda a combater o chamado mau colesterol (LDL), além de possuir compostos com efeitos preventivos do cancro, doenças cardiovasculares e doenças de foro intestinal.

O kiwi é uma fonte muito importante de ácido fólico. Na gravidez, em fase de crescimento e em situações de cicatrização, o ácido fólico tem um papel fundamental. As categorias principais de fitoquímicos encontrados no kiwi incluem B-caroteno, compostos fenólicos e flavanóides, entre outros, que possuem capacidade antioxidante. É uma das poucas frutas de coloração verde quando madura, sendo a clorofila responsável por essa cor.


Baga: fruto carnoso, freq. comestível e com várias sementes


Fonte: Doutor Maximo Asinelli (CRM-Pr 13037), Médico Nutrólogo



Meio ambiente

Mal entrou o dia 1 do ano e tragédias acontecem, começando com o episódio em Angra, passando por chuvas, enxurradas, quedas de ponte. Começou 2010 ou ainda não terminou 2009? Cabe a reflexão: o que estamos fazendo com o planeta? Algumas respostas haveremos de ter se colocarmos a mão na consciência. Os deslizamentos de barrancos já eram anunciados ou os moradores não sabiam dos riscos de morarem naquelas condições? Muitas das enchentes são superdimensionadas com a contribuição das pessoas que jogam lixo em rios, valas, desconsiderando uma reciclagem ideal. E tantas outras situações que, se tivéssemos educação, seriam minimizadas. Existem fatores em que a lei natural é responsável, sim, mas em muitos casos estamos colhendo aquilo que plantamos.


Alexandre Reis, Porto Alegre

Erva-de-passarinho

A erva-de-passarinho (Tripodantus acutifolius) é um arbusto de flores branco-amareladas e frutos roxos. É um parasita de árvores que lhes suga a seiva com raízes muito finas. Segundo o Guia Ilustrado de Fauna e Flora - Copesul, a disseminação das sementes ocorre por pássaros que ingerem os frutos. A semente apresenta, ao seu redor, camada pegajosa. Os pássaros comem os frutos, transportam as sementes no seu organismo, as quais saem com as fezes e, graças à sua viscosidade, prendem-se à casca da nova árvore hospedeira e germinam facilmente. Florescem no verão e frutificam no outono.


Carlos F. Molz, Canoas

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Estresse diminui resistência a infecções e reduz criatividade

Hoje em dia, agenda de criança anda pior que a de psiquiatra; corpo e mente infantis, contudo, não saem incólumes quando têm de enfrentar as pressões da vida adulta em casa e na escola
  POR LUCIANO GRÜDTNER BURATTO
DA EQUIPE DE TRAINEES

Uma aranha começa a andar sobre uma mesa em direção às mãos de duas crianças, sendo que uma delas sofre de estresse crônico. Como elas reagem?

Ambas, provavelmente, vão tirar as mãos da mesa. Mas o organismo da criança estressada sofrerá mais com a experiência.
Assustar-se com um animal perigoso é uma reação normal de estresse, mecanismo natural e necessário para a sobrevivência do indivíduo. Reações de fuga e luta, por exemplo, dependem da
liberação de adrenalina, hormônio presente na resposta ao estresse.

A criança estressada da experiência com a aranha liberou maior quantidade de hormônio do que a criança normal ou era mais sensível a seus efeitos.
Os organismos de adultos e crianças reagem a situações estressantes _bronca da professora ou do chefe, doença infecciosa etc._ de maneira semelhante.

Esses estímulos causam uma série de alterações no organismo independentemente da natureza do agente estressor, diz o professor titular de clínica médica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Antônio Carlos Lopes. Mas a intensidade da reação depende do tipo de estímulo.

A resposta a agentes estressores também depende da constituição do indivíduo, que inclui tanto sua carga genética quanto sua história afetiva. "Para que o estímulo seja considerado estressor pelo organismo, é preciso que este esteja predisposto a reconhecê-lo como tal", afirma o médico.
"O estresse não mata. O que mata são suas manifestações clínicas, resultando em alterações hormonais e humorais (dos fluidos, como o sangue) decorrentes da ação do estímulo estressor durante longos períodos de tempo."

Quando exposto a um estímulo estressante, o organismo responde de maneira estereotipada. A glândula supra-renal (sobre os rins) libera os hormônios adrenalina, cortisol e aldosterona; o pâncreas, glucagon e insulina; a hipófise anterior (glândula do cérebro), hormônio do crescimento e ACTH (corticotropina) etc.

Vilões

Os dois grandes vilões são o cortisol e a adrenalina, pois são eles os responsáveis, a longo prazo, pelas alterações que podem levar à úlcera estomacal ou ao infarto do miocárdio.
A primeira parte da reação de estresse chama-se fase de alarme. É quando os hormônios são liberados em grandes quantidades. Se o estímulo estressor desaparecer, o organismo volta ao seu funcionamento normal.

Caso o estímulo se prolongue (exigência constante dos pais, por exemplo), ou o organismo entra na fase de exaustão e morre ou se adapta. Na fase de adaptação, tudo volta mais ou menos ao
normal, e o organismo torna-se mais resistente.
Mas a fase de adaptação não é eterna. Se o estímulo persistir por muito tempo, o indivíduo pode entrar novamente na fase de alarme. As altas concentrações dos hormônios liberados nessa fase podem levar à arritmia cardíaca grave ou à formação de úlcera.

No estresse crônico (por longo tempo), concentrações elevadas de colesterol (decorrentes de alimentação inadequada), adrenalina e cortisol podem causar lesões no endotélio (parede dos vasos sanguíneos). Caso isso aconteça, o sangue coagulará, obstruindo o vaso (trombose).

Se o trombo (coágulo no vaso) ocorrer no coração, o indivíduo terá um infarto; se for no cérebro, um derrame. Esse quadro é menos provável em crianças devido à flexibilidade de sua rede de
vasos sanguíneos.

Alterações mentais também podem estar relacionados ao estresse. "Se o estado de estresse se prolonga, podem se desenvolver estados crônicos de ansiedade ou depressão", afirma Francisco
Assumpção Júnior, chefe do setor de psiquiatria infantil do Hospital da Clínicas, em São Paulo (HC-SP).

Adrenalina versus cortisol

Do ponto de vista do organismo como um todo, a adrenalina traz consequências piores que o cortisol. "É ela que faz o coração bater mais rápido e a pressão subir. A manifestação clínica do
cortisol, a curto prazo, é pequena", diz Lopes, da Unifesp.
Para diminuir os efeitos de uma sobrecarga de adrenalina, são receitados beta-bloqueadores (fármacos, como o propanolol, que bloqueiam os receptores celulares de hormônios).
"O beta-bloqueador não age nos sintomas do estresse propriamente ditos, mas nos sintomas da ansiedade decorrentes do estresse. Ele pode ser usado, por curto tempo e somente em alguns casos, em crianças com tremores que não conseguem escrever na lousa, por exemplo. Mas isso não resolve o problema da ansiedade", diz Alexandrina Meleiro, professora do Instituto de Psiquiatria do HC-SP.
Para ela, um desequilíbrio nos níveis de cortisol tende a ser mais perigoso que nos de adrenalina. "A adrenalina causa problemas no coração. Mas, quando se mexe no cortisol, muitos hormônios do corpo serão afetados: sejam os sexuais, sejam os que vão agir na produção de suco gástrico (no estômago)", diz Meleiro.
O cortisol também age no timo (glândula do sistema linfático que diminui de tamanho após a puberdade), o que pode afetar o sistema imunológico, pois diminui a produção de linfócitos T e B
(células de defesa).
 "A criança fica mais sujeita a infecções, e a que já está doente pode piorar."

Exercício físico ajuda a regular apetite, mostra novo estudo

REINALDO JOSÉ LOPES
enviado especial da Folha de S.Paulo a Águas de Lindoia
Um motivo novo e mais sutil para se exercitar quando o excesso de peso se transforma em obesidade: a atividade física faz com que o cérebro envie ao corpo ordens para comer menos.
"Em geral, acreditava-se que o exercício faz emagrecer porque o corpo gasta mais calorias do que consome. Nós estamos mostrando o outro lado da equação: a atividade física também faz com que a ingestão de calorias diminua", diz Eduardo Ropelle, pesquisador da Unicamp e do Instituto de Obesidade e Diabetes.
O trabalho de Ropelle sobre o tema foi apresentado ontem, durante a reunião anual da Fesbe (Federação das Sociedades de Biologia Experimental), que acontece nesta semana em Águas de Lindoia (SP). Os dados foram obtidos em laboratório com ratos e camundongos, mas trazem, ao menos em tese, uma nova perspectiva também para pessoas.
A base do trabalho envolve dados bem conhecidos sobre a ação de certos hormônios, como a insulina e a leptina, sobre o cérebro. São esses sinalizadores químicos que dizem ao organismo quando é hora de parar de comer.
"Em animais obesos, submetidos a uma dieta rica em gordura, os hormônios perdem essa capacidade de regular o apetite ", explica Ropelle. A obesidade envolveria um círculo vicioso comportamental: quanto mais se come, mais se quer comer.
O pesquisador e seus colegas submeteram esses roedores a uma única sessão de atividade física intensa.
A malhação fez com que a sinalização do apetite no cérebro dos bichos voltasse a níveis normais. "O efeito dura de 12 a 16 horas", diz ele. Os resultados foram submetidos à revista científica "Nature Neuroscience".
Para Ropelle, o exercício físico pode ser benéfico para o apetite dos obesos. "Deve haver uma espécie de equilíbrio dinâmico para evitar tanto o acúmulo excessivo de energia quanto o gasto excessivo. A dieta moderna fez a gente perder isso", avalia.


Filipe Redondo -6.mar.09/Folha Imagem

Mulher pratica exercícios físicos em São Paulo; novo estudo aponta que atividades voltadas ao corpo ajudam na regulação do apetite




Fonte:www.folha.com.br

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

MENSAGEM JUAREZ MACHADO DE FARIAS

Ao irmão de ideais Prof. Marcones Farias

"Que seja este "ano novo"
 de esperança para o povo,
 coletivas alegrias;
 que o amor à natureza
 no humano faça represa
 e oriente as utopias."


Juarez Machado de Farias é poeta,advogado,radialista,vereador e lider do P.S.B de Piratini/RS.