terça-feira, 8 de setembro de 2009

Grupo amazônico de roedores subterrâneos vira praga com desmate

Quatro formas do roedor detectadas na floresta de Mato Grosso, todas elas com chance de serem consideradas novas espécies.

07/09/2009 - 11h37

Grupo amazônico de roedores subterrâneos vira praga com desmate

REINALDO JOSÉ LOPESda Folha de S. Paulo

Thales Ochotorena de Freitas, autointitulado "tucólogo" (especialista em tuco-tucos, os roedores subterrâneos da foto abaixo), aponta para o pilar da sala, de três metros de altura.
"Em Mato Grosso, eles conseguem derrubar seringueiras jovens mais ou menos desse tamanho, simplesmente roendo a raiz", diz Freitas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

É claro que esses bichos, versão tupiniquim das marmotas do hemisfério Norte, não viraram praga dos seringais --e das plantações de cacau, café e mandioca-- só por espírito de porco. Originalmente, os tuco-tucos mato-grossenses eram habitantes da floresta fechada, mas o avanço do desmatamento anda levando os bichos a colonizar roças recém-criadas.

A situação desses animais na Amazônia é ainda mais inusitada do que essa descrição sugere.
Até pouco tempo atrás, ninguém pensaria em procurar tuco-tucos no meio da mata fechada, simplesmente porque todo mundo achava que esses roedores, membros do gênero Ctenomys, gostassem mesmo era de ambientes descampados, de preferência com muita grama, seu principal alimento.

Desse ponto de vista, a invasão atual das plantações é só o segundo episódio da invasão anterior --a da mata. "A gente ainda está tentando entender o que aconteceu", diz Freitas.
"Uma ideia é que as flutuações climáticas [do fim da Era do Gelo, há cerca de 10 mil anos] fizeram com que as áreas abertas onde os tuco-tucos vivem avançassem para a Amazônia.
Quando a floresta voltou, a vegetação aberta recuou e os bichos ficaram", diz o biólogo.

Verificar se esse cenário corresponde à história evolutiva dos bichos exige resolver um enigma que surgiu na época heroica das expedições do marechal Cândido Rondon, no começo do século 20.

Rondon e companhia percorreram o território dos tuco-tucos e, por sorte, a equipe do marechal incluía um zoólogo do Museu Nacional, Alípio de Miranda Ribeiro. Em 1914, em publicação da "Commissão de Linhas Telegraphicas Estrategicas de Matto-Grosso ao Amazonas", Ribeiro disse ter identificado três espécies de tuco-tucos em Mato Grosso, a C. nattereri (já descrita por outro pesquisador no século 19), a C. bicolor e a C. rondoni (ambas batizadas por Ribeiro, que resolveu homenagear Rondon).

Isso deveria ter encerrado o assunto, mas não encerrou. Para começar, o exemplar de referência de uma das espécies desapareceu, e os correspondentes às outras duas não estão nas melhores condições de conservação. Ou seja, é muito difícil confirmar a identidade dos bichos comparando os espécimes de hoje com os de 1914.

Mais importante ainda, e para complicar de vez a situação, Freitas e companhia acharam pelo menos quatro formas "novas" de tuco-tuco (conhecido localmente como rato-paca ou rato-cururu) em Mato Grosso, nos municípios de Pontes e Lacerda, Cáceres, Nova Olímpia e Nova Ubiratã. "Dá para reconhecer de forma relativamente fácil, apenas pelo padrão de cores da pelagem, que os bichos são diferentes entre si. A questão é saber o quão diferentes eles são", afirma o pesquisador.

Análises preliminares de mtDNA, ou DNA mitocondrial (material genético presente nas mitocôndrias, as centrais energéticas das células), sugerem que os bichos de Mato Grosso formam um grupo à parte, que descende de um ancestral comum e tem parentesco mais ou menos distante com roedores bolivianos (esses sim tuco-tucos "clássicos", nativos de áreas mais abertas).

Artistas da fuga

Outro elemento que, por enquanto, ajuda a manter o mistério sobre os animais é a dificuldade de botar as mãos neles, explica Freitas. Ao contrário dos tuco-tucos do Rio Grande do Sul, que o biólogo e seus colegas capturam sem grandes dores de cabeça, os mato-grossenses quase parecem se divertir às custas dos pesquisadores.

"A gente costuma usar uma versão menor daquelas armadilhas de urso nas tocas", diz Freitas, referindo-se à arapuca conhecida de quem assiste a desenhos animados, parecida com uma bocarra dentada. "Nós usamos uma cobertura de borracha para não machucar o bicho nem deixá-lo sofrendo enquanto a armadilha não é recuperada. Mas os de Mato Grosso parecem conseguir escapar delas -muitas se fecham sem pegar nenhum bicho."

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

1979/2009 - 30 anos do reconhecimento da profissão de Biólogo


Feliz dia do Biólogo



Dia do Biólogo - 03 de setembro 1979/2009 - 30 anos de profissão.

Biólogo não cheira, olfata.


Biólogo não toca, tateia.


Biólogo não respira, quebra carboidratos.


Biólogo não tem depressão, tem disfunção no hipotálamo.


Biólogo não admira a natureza, analisa o ecossistema.


Biólogo não elogia, descreve processos.


Biólogo não tem reflexos, tem mensagem neurotransmitida involuntária.


Biólogo não facilita discussões, catalisa substratos.


Biólogo não transa, copula.


Biólogo não admite algo sem resposta, diz que é hereditário.


Biólogo não fala, coordena vibrações nas cordas vocais.


Biólogo não pensa, faz sinapses.


Biólogo não toma susto, recebe resposta galvânica incoerente.


Biólogo não chora, produz secreções lacrimais.


Biólogo não espera retorno de chamadas, espera feed backs.


Biólogo não se apaixona, sofre reações químicas.


Biólogo não perde energia, gasta ATP.Biólogo não divide, faz meioses.


Biólogo não faz mudanças, processa evoluções.


Biólogo não falece, tem morte histológica.


Biólogo não se desprende do espírito, transforma sua energia.


Biólogo não deixa filhos, apresenta sucesso reprodutivo.


Biólogo não deixa herança, deixa pool gênico.


Biólogo não tem inventário, tem hereditário.


Biólogo não deixa herdeiros ricos, pois seu valor é por peso vivo.


Feliz Dia do Biólogo!

03 de setembro - Dia do Biólogo - 1979/2009 - 30 anos de profissão












Dia do Biólogo

Ao Profissional que Estuda a Vida

A profissão de Biólogo foi regulamentada no Brasil pela Lei número 6.684 de 3 de setembro de 1979. Devido à profissão ter sido regulamentada em um 3 de setembro, instituiu-se este o Dia do Biólogo.

O Biólogo é um profissional capacitado para, além de executar, pensar. A pesquisa básica na área das Ciências Biológicas é, hoje em dia, realizada em grande parte por Biólogos. Isso inclui técnicas aplicadas na medicina, no controle de pragas, e na preservação ambiental.

O profissional biólogo deve ser:

a) generalista, crítico, ético, e cidadão com espírito de solidariedade;

b) detentor de adequada fundamentação teórica, como base para um ação competente, que inclua o conhecimento profundo da diversidade dos seres vivos, bem como sua organização e funcionamento em diferentes níveis, suas relações filogenéticas e evolutivas, suas respectivas distribuições e relações com o meio em que vivem;

c) consciente da necessidade de atuar com qualidade e responsabilidade em prol da conservação e manejo da biodiversidade, políticas de saúde, meio ambiente, biotecnologia, bioprospecção, biossegurança, na gestão ambiental, tanto nos aspectos técnicos-científicos, quanto na formulação de políticas, e de se tornar abgente transformador da realidade presente, na busca de melhoria da qualidade de vida;

d) comprometimento com os resultados de sua atuação, pautando sua conduta profissional pro critério humanísticos, compromisso com a cidadania e rigor científico, bem como pro referenciais éticos legais;

e) consciente de sua responsabilidade como educador, nos vários contextos de atuação profissional;

f) apto a atuar multi e interdisciplinarmente, adaptável à dinâmica do mercado de trabalho e às situações de mudança contínua do mesmo;

g) preparado para desenvolver idéias inovadoras e ações estratégicas, capazes de ampliar e aperfeiçoar sua área de atuação.

Competências e Habilidades

a) pautar-se por princípios da ética democrática: responsabilidade social e ambiental, dignidade humana, direito à vida, justiça, respeito mútuo, participação, responsabilidade, diálogo e solidariedade;

b) reconhecer formas de discriminação racial, social, de gênero, etc. que se fundem inclusive em alegados pressupostos biológicos, posicionando-se diante delas de forma crítica, com respaldo em pressupostos epistemológicos coerentes e na bibliografia de referência;

c) atuar em pesquisa básica e aplicada nas diferentes áreas das Ciências Biológicas, comprometendo-se com a divulgação dos resultados das pesquisas em veículos adequados para ampliar a difusão e ampliação do conhecimento;

d) portar-se com educador, consciente de seu papel na formação de cidadãos, inclusive na perspectiva sócio-ambiental;

e) utilizar o conhecimento sobre organização, gestão financiamento da pesquisa e sobre a legislação e políticas públicas referentes à área;

f) entender o processo histórico de produção do conhecimento das ciências biológicas referente a conceitos/princípios/teorias;
g) estabelecer relações entre ciência, tecnologia e sociedade;

h) aplicar a metodologia científica para o planejamento, gerenciamento e execução de processos e técnicas visando o desenvolvimento de projetos, perícias, consultorias, emissão de laudos, pareceres etc. em diferentes contextos;
i) utilizar os conhecimentos das ciências biológicas para compreender e transformar o contexto sócio-político e as relações nas quais está inserida a prática profissional, conhecendo a legislação pertinente;

j) desenvolver ações estratégicas capazes de ampliar e aperfeiçoar as formas de atuação profissional, preparando-se para a inserção no mercado de trabalho em contínua transformação;

k) orientar escolhas e decisões em valores e pressupostos metodológicos alinhados com a democracia, com o respeito à diversidade étnica e cultural, às culturas autóctones e à biodiversidade;

l) atuar multi e interdisciplinarmente, interagindo com diferentes especialidades e diversos profissionais, de modo a estar preparado a contínua mudança do mundo produtivo;

m) avaliar o impacto potencial ou real de novos conhecimentos/tecnologias/serviços e produtos resultantes da atividade profissional, considerando os aspectos éticos, sociais e epistemológicos;

n) comprometer-se com o desenvolvimento profissional constante, assumindo uma postura de flexibilidade e disponibilidade para mudanças contínuas, esclarecido quanto às opções sindicais e corporativas inerentes ao exercício profissional.

Parabéns a você Biólogo, profissional que estuda a vida em suas diferentes formas de expressão. Comprometido com uma área de atuação quase infinita: estuda a origem, estrutura, evolução e funções dos seres vivos, classifica as diferentes espécies animais e vegetais e estabelece sua relação com o meio ambiente, monitora qualidade de nossas águas, recombina DNA para descobrir medicamentos e estudar a ação de enzimas e, acima de tudo luta pela proteção e preservação de nosso planeta.

O Planeta Agradece sua Dedicação!


Homenagem da Equipe Portal Educação de Ensino a Distância.











Muçulmano vive mês do Ramadan

RICARDO GIUSTI / CP MEMÓRIA

Muçulmano vive mês do Ramadan

Até o dia 20 de setembro será celebrado o mês sagrado do Ramadan. O período é especial para os muçulmanos, que somam mais de 1 bilhão de pessoas pelo mundo e 1,5 milhão no Brasil. Eles acreditam que foi nessa época que o Alcorão, algo como a bíblia para o Islamismo, foi revelado ao profeta Muhammad em Meca. Uma peculiaridade é que, como utilizam o calendário lunar, a data exata do Ramadan é estabelecida com exatidão só alguns dias antes do acontecimento.

Durante os 30 dias do Ramadan, todos os muçulmanos que atingiram a puberdade e gozam de perfeita saúde fazem o jejum desde o nascer até o pôr do sol. Além disso, não mantêm relações sexuais com o cônjuge. A atitude é vista como ato de devoção e autodisciplina, para que se descubra o que é sentir fome e torna-se, assim, mais solidário aos problemas dos mais carentes.

Nas 120 mesquitas espalhadas por todo o país, os muçulmanos se reúnem para orações coletivas durante o Ramadan e orações especiais, após o desjejum. Algumas entidades islâmicas organizam jantares em grupo para a 'quebra de jejum'. As mesquitas unem famílias que dividem o jantar.